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Sumaré

Idosa é arrastada ao descer de ônibus no Jardim San Martin

Aposentada de 73 anos ficou com uma perna para dentro e outra para fora do ônibus, enquanto o motorista da Ouro Verde arrancava

Por Isabella Holouka

16 de janeiro de 2020, às 08h16 • Última atualização em 16 de janeiro de 2020, às 14h25

Aos 73 anos, a aposentada Mercedes Anaya Simões está com medo de voltar a andar de ônibus. Na última terça-feira (14), ela foi arrastada ao descer da condução da linha 165 da empresa Ouro Verde, na Avenida Minasa, no Jardim San Martin, em Sumaré.

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Sua filha, Clarice Anaya Simões, de 45 anos, conta que a mãe é uma idosa bastante ativa e que estava acostumada a pegar ônibus sozinha. Na ocasião, por volta das 9h, ela foi pagar um boleto e estava voltando para a casa.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Escoriações no joelho da mulher de 73 anos

“Quando ela foi descer aqui no bairro que a gente mora, o motorista abriu a porta e ela colocou uma perna, mas ficou com uma perna dentro, e ele arrancou com o ônibus. Ele saiu arrastando ela, uma perna para fora e outra para dentro. E quando ela viu que ia se machucar mais ainda, ela soltou”, conta a filha.

“É muito descaso, eles não esperam descer direito, o pessoal tem que ficar gritando ‘calma’ para o motorista. Mas nesse dia não havia mais pessoas, e ele fez o que quis”, relata Clarice.

Mercedes caiu e sofreu escoriações nos pés, nos joelhos e no ombro esquerdo. Ela recebeu a ajuda de uma mulher que passava pela rua e caminhou dois quarteirões até a casa, onde pediu a ajuda das filhas.

Depois de uma tarde de exames e curativos no Hospital Beneficência Portuguesa, em Campinas, ela compareceu com a filha ao 4º DP (Distrito Policial) de Sumaré, onde a ocorrência foi registrada como lesão corporal culposa, fuga de local de acidente e omissão de socorro. A idosa também foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para a realização de exame de corpo de delito.

Clarice conta que a mãe está com muitas dores e hematomas por todo o corpo, e que irá acionar a Justiça para resolver o caso. Ela conta que tentou contato com a Ouro Verde, mas não foi atendida.

“A gente fica revoltado porque constantemente vemos os motoristas maltratando os idosos. Ele não terá punição nenhuma e, além de machucar, ele não socorreu. Como se fosse um saco de entulhos”, desabafa.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

A Ouro Verde foi questionada, por meio da assessoria de imprensa, e informou que foi aberta uma sindicância interna para apuração do ocorrido. Informou ainda que o motorista recebeu uma advertência do setor de disciplina da empresa, e foi novamente orientado com relação a normas e procedimentos.

Além disso, a assessoria afirma que “o inspetor da empresa, um funcionário da Ouro Verde, acompanhou o atendimento da senhora e, posteriormente, a empresa ligou no celular fornecido, mas a pessoa não atendeu”. Segundo a assessoria, a empresa continua a disposição da aposentada.

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