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Montadora

Honda encerra Programa de Demissão Voluntária em Sumaré e Itirapina

Empresa alega estar no limite mínimo do quadro para a continuidade de suas operações; sindicato fala em recuo após pressão por parte dos trabalhadores

Por Pedro Heiderich

21 de outubro de 2021, às 17h57 • Última atualização em 21 de outubro de 2021, às 21h41

Através de comunicado emitido nas fábricas, a Honda encerrou nesta quinta-feira (21) o PDV (Programa de Demissão Voluntária), anunciado semana passada para os cerca de três mil colaboradores das unidades de Sumaré e Itirapina.

A empresa justifica que tomou a decisão de suspender o programa por estar no limite mínimo para a continuidade das operações. No entanto, o sindicato da categoria fala em recuo da montadora após pressão dos trabalhadores.

Comunicado emitido pela empresa sobre o encerramento do PDV – Foto: Reprodução

Segundo o comunicado, todos que se inscreveram no PDV foram aceitos e não é possível novas adesões. A Honda pede compreensão aos que não conseguiram aderir ao programa e cobra “comprometimento contínuo, segurança e qualidade na produção” de todos.

A empresa inicia em novembro a transferência do quarto grupo de colaboradores da fábrica de Sumaré para a unidade de Itirapina.

Em assembleia na semana passada, a maioria dos trabalhadores foi contra o PDV e exigiu nova proposta com melhorias, negada pela Honda.

Celestino da Silva, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, que representa os cerca de dois mil trabalhadores da fábrica de Sumaré, avalia que o encerramento do programa foi causado pela negativa.

“A Honda sentiu a pressão. O PDV dela mexeu com a fábrica e com a sociedade. Os vereadores de Sumaré se manifestaram contra o que estão fazendo, então eles recuaram”, diz o dirigente sindical.

Os vereadores de Sumaré cobraram a Honda na sessão de terça-feira (19). Presidente da Casa de Leis, Willian Souza (PT) salientou que a proposta causou incertezas nos trabalhadores, uma vez que a decisão sobre quem sai e quem fica é da empresa.

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Willian frisou que há um temor dos funcionários em aderir ao programa e continuar na empresa, criando desgaste. Outro medo dos trabalhadores é de que se forem desligados, terão o salário defasado em um novo emprego.

O sindicato acusa a Honda de pressionar os trabalhadores a se inscreverem no PDV. Outra reclamação é que a empresa quer definir quando os colaboradores deixarão a montadora.

As duas atitudes seriam ilegais, aponta o sindicato, que vai acionar a Justiça. A Honda afirma que o processo corre regularmente.

A proposta de PDV apresentada dava direito, além das verbas rescisórias legais, a doze salários nominais de indenização, o equivalente ao plano de saúde por um ano e vale alimentação por seis meses.

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A empresa defende que o programa de demissão e a transferência dos funcionários de Sumaré para Itirapina são necessárias para a reestruturação em 2022.

Procurada, a Honda aponta que o desligamento dos que aderiram ao PDV será entre 17 de dezembro e 10 de janeiro. O pagamento será feito dentro do prazo legal de 10 dias corridos.

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