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Sumaré 153 anos

Dalben comemora obras e deputados e já planeja saída da política

Em entrevista ao LIBERAL, prefeito de Sumaré se diz mais maduro, fala da pandemia, das portas abertas pelos parlamentares e revela planos para deixar a vida pública

Por João Colosalle

26 de julho de 2021, às 07h45 • Última atualização em 26 de julho de 2021, às 09h45

Reeleito no ano passado com folga nas urnas, Luiz Dalben (Cidadania) diz que Sumaré tem neste novo mandato um prefeito menos “barriga verde”, jargão típico do interior para caracterizar os inexperientes.

 O prefeito Luiz Dalben, fotografado em seu gabinete na Prefeitura de Sumaré – Foto: Prefeitura de Sumaré – Divulgação

“A maior mudança que vejo, do Luiz Dalben de 2017 para o de 2021, é o tempo. Perdi cabelo, engordei, mas estou mais maduro”, brinca. “Estou aprendendo a esperar mais, ouvir mais, reconhecer mais os meus erros e, com isso, tenho conseguido acertar um pouco mais”.

A autoavaliação foi parte da conversa do LIBERAL com o prefeito na última semana. Por telefone, Luiz Dalben, de apenas 31 anos, relatou como tem sido a experiência de governar o município junto aos reflexos da pandemia e o que se espera diante de uma saída da crise sanitária, agora mais próxima de se tornar realidade por conta do avanço da vacinação.

Também revelou, com certo mistério, que não deve dar seguimento na carreira política após 2024, quando se encerra o segundo mandato.

PANDEMIA

Mais populosa da Região do Polo Têxtil, com 286 mil habitantes, Sumaré também tem sido a cidade com mais registros de casos e óbitos pela Covid-19. O cenário atual é de recuo das infecções.

“Hoje está mais branda. Não podemos ficar de braços cruzados nem perder o foco, mas a situação já esteve muito mais agravada. A vacinação tornou os casos menos graves, ocupando leitos por menos tempo ou nem ocupando leitos”, comenta Dalben.

Para o prefeito, apesar de a pandemia ter provocado efeitos negativos na saúde da população e na economia local, a situação propiciou mudanças em outros setores, como a educação, que se adaptou ao ensino à distância. “Antecipou muitos investimentos que faríamos”.

O trabalho remoto, segundo Dalben, também deu nova dinâmica a rotinas antes mais lentas do governo. “Isso ajudou bastante a gente a desburocratizar o sistema público. Antigamente, a prefeitura não aceitava protocolos on-line ou reclamações e solicitações por WhatsApp”, explica. “Muitos processos que demoravam dias, hoje demoram horas. Os que demoravam meses, agora demoram semanas”.

Na economia, afetada pelas restrições e pela demanda e oferta de produtos, o prefeito diz ter buscado ajudar na recuperação recentemente injetando parte do 13º salário dos servidores municipais no comércio local – o pagamento da primeira parcela do benefício foi antecipado e depositado em março a cerca de 5,5 mil funcionários da prefeitura.

Já na saúde, sem contar com um hospital municipal, a administração tem investido, nos últimos meses, no reforço da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Jardim Macarenko, unidade que é referência na saúde local.

Na última semana, a prefeitura divulgou a ampliação da UPA, com a extensão da estrutura para uma área de 720 metros quadrados na unidade onde é construída uma nova enfermaria com capacidade para 21 leitos de baixa e média complexidade. A obra se tornou parte dos anúncios de aniversário da cidade de feitos do governo.

PLANOS

Em seu gabinete no prédio da prefeitura, na região central de Sumaré, Luiz Dalben mantém um quadro com o que ele chama de “metas do prefeito”. Ao LIBERAL, ele contou que das 24 que foram elencadas, restariam ainda sete a serem cumpridas, o que Dalben diz esperar concluir até o final de 2024.

Dentre elas está a construção de novos viadutos e pontes na cidade, que se desenvolveu em torno de barreiras físicas difíceis de serem transpostas, como rodovias, linha férrea e o curso d’água de parte do Ribeirão Quilombo. As obras foram negociadas com a Rumo, concessionária da linha férrea, que irá assumir os trabalhos.

As mudanças no trânsito de Sumaré, por sinal, também são comemoradas pelo prefeito, como a duplicação da Rodovia José Lozano de Araújo, que liga a cidade a Paulínia, nas proximidades da Rodovia Anhanguera (SP-330). A obra, que na verdade é de responsabilidade do governo do Estado, custará R$ 21,3 milhões e tem previsão de ser concluída entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro de 2023. Para Dalben, trata-se de uma conquista histórica.

Nos planos do prefeito estão ainda investimentos de unidades de saúde em regiões como Matão e Área Cura e em ações que promovam a qualidade de vida da população, como a revitalização de praças nos bairros. “Sou incansável para ver minha cidade se desenvolver. E me causa alguma dor eu não conseguir executar alguma coisa que seria boa para a cidade”.

A possibilidade de tornar os feitos possíveis, entretanto, tem tido influência da força política que Sumaré conquistou nos últimos anos. Em 2019, Antonio Dirceu Dalben (PL), pai de Luiz e ex-prefeito da cidade entre 1997 e 2004, se tornou deputado estadual. No mês passado, o atual vice-prefeito, Henrique do Paraíso (Republicanos), foi empossado deputado federal – o primeiro de Sumaré – por conta de uma licença por saúde de um parlamentar.

A representação no Poder Legislativo estadual e federal, segundo o prefeito, abriu portas para o município nas outras esferas do Executivo. Como exemplo, Dalben citou a dificuldade de Sumaré em ter acesso a emendas por conta do “nome sujo”, o que foi desfeito recentemente.

Na semana passada, os deputados anunciaram ter conseguido desfazer uma pendência financeira da cidade com o governo federal que irá permitir investimentos de cerca de R$ 20 milhões na infraestrutura do município.

FUTURO

Se por um lado Dalben se mostra sempre empolgado em falar sobre a missão de ser prefeito de Sumaré, por outro, a rotina que parecia ser apenas o início de sua vida na política deve ser interrompida em breve.

Ao LIBERAL, o prefeito revelou que não seguirá na vida pública após o fim do mandato, mas não contou o que fará.

“Tenho ideia de trabalhar num mercado de… eu não gostaria de falar agora. Vou deixar mais para frente”, recuou. “Vou me aventurar num ramo de negócios, estou me programando para isso, estou estudando. E se tudo der certo, por lá ficar”, disse.

Segundo Dalben, que é dono de uma agência de publicidade e já atuou na farmácia da família, no Matão, o novo projeto é uma vontade pessoal de muitos anos e inédito, mas fora da carreira política.

Apesar do recado, ele promete se empenhar no mandato que lhe resta. “Tenho certeza absoluta que os quatro anos que restam do meu mandato serão muito melhores dos que os quatro anos do primeiro”.

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