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Sumaré

Aposentada espera ambulância por 17 horas para ser transferida para UTI

Paciente Antonia Maria do Carmo estava na UPA Macarenko e já havia esperado cinco dias por uma vaga na terapia intensiva em São Paulo

Por Marina Zanaki

06 de julho de 2020, às 21h24

Uma aposentada de 83 anos, com suspeita de coronavírus, aguardou 17 horas uma ambulância para ser transferida da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Macarenko para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em São Paulo. A paciente Antonia Maria do Carmo já havia esperado cinco dias por uma vaga na terapia intensiva.

Ela deu entrada na UPA na segunda-feira (29). No dia seguinte, os médicos disseram ao filho da paciente, o caminhoneiro Ozias Rita do Carmo, de 49 anos, que ela havia sido inserida na Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) para ser transferida para a UTI.

A vaga só foi disponibilizada no final da tarde de sábado (4). Contudo, a aposentada esperou até as 11h do domingo (5) para ser transferida ao Hospital de Brasilândia, na capital paulista.

Quando a ambulância chegou à UPA, por volta das 9h do domingo, o respirador ainda estava sendo higienizado e levou mais duas horas até que a aposentada fosse transferida.

“O que o sistema é enrolado, não sei quem deve pagar por isso, mas foi bem complicado, gostaria que ninguém passasse por isso. Desde terça-feira nesse desespero, mas os últimos três dias foram piores. E ainda estamos preocupados porque minha mãe continua intubada, mas agora está em hospital com os aparelhos”, disse Ozias.

O caso foi alvo de um ofício protocolado pelo vereador Décio Marmirolli (PTB) nesta segunda-feira na prefeitura. No documento, ele menciona o relato de uma médica sobre a situação.

“Chegou domingo de manhã uma médica, com carta branca de São Paulo para fazer transferência, mas encontrou dificuldade de ambulância. Se for um paciente grave morre por falta de ambulância”, disse o vereador, lembrando que a cidade recebeu verbas estadual e federal para reforçar o sistema de saúde para a pandemia.

OUTRO LADO
A Prefeitura de Sumaré disse que conta com “até” quatro veículos para transferência de pacientes – somando o transporte sanitário e o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

“No final de semana, inclusive, três veículos fizeram rota para São Paulo e a demanda por transporte teve fluxo normal”, disse o Executivo.

A Secretaria do Estado da Saúde, responsável pela Cross, respondeu que a transferência da aposentada foi viabilizada na mesma data em que a ficha foi reaberta com as informações adequadas.

“No pedido inicial, o município não havia fornecido informações atualizadas sobre o quadro clínico da paciente, que são cruciais para garantir que a transferência ocorra para hospital apropriado e, sobretudo, para segurança da paciente”, alegou a pasta.

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