Noite de domingo. Mais de mil pessoas se reúnem para um pancadão na Rua do Café, no Vila Valle, em Sumaré. Tudo isso em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A situação assusta e desanima aqueles que estão na linha de frente do combate ao vírus, que coleciona mortes no País e na região.

O caso foi registrado no último domingo e teve atuação de GCM (Guarda Civil Municipal) de Sumaré e da PM (Polícia Militar), que foram até o local para dispersar os transgressores após denúncias. O proprietário do estabelecimento diz que foram cerca de 400 presentes e não mil.

A festa era realizada em um salão que fica aos fundos de um campo society do bairro, segundo a comandante da Guarda, Simone Souza Nery.

“Ninguém com máscara. Por a região ter entrado na fase amarela, a impressão que nos dá é que as pessoas acham que a pandemia acabou, que não tem mais o vírus, principalmente os jovens”, disse ela em entrevista ao LIBERAL.

No local não havia álcool em gel, nem distanciamento social. Uma enorme fila de veículos aguardava no lado de fora do imóvel por uma chance de também poder entrar e participar da festa. A ação só foi parada quando GCM e PM chegaram ao local e dispersaram o movimento.

O proprietário do local foi notificado e deve ser multado pela Vigilância Sanitária. O LIBERAL questionou a Prefeitura de Sumaré se a multa foi aplicada, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

A comandante da Guarda acredita que, depois que a região avançou para a fase amarela do Plano São Paulo, no dia oito deste mês, os casos de aglomerações em festas tenham triplicado.

“Muito mais pessoas estão indo para os barzinhos e fazendo aglomerações imensas. “É desanimador saber que nós estamos no meio de uma pandemia, onde as pessoas deliberadamente estão nem aí”, finaliza Simone.

No último dia 19, a GCM já havia atuado para dispersar um pancadão que com cerca de 500 pessoas na região do Picerno. Na ocasião, a corporação foi recebida com garrafadas pelos presentes.

Denúncias de aglomeração e desrespeito às normas sanitárias podem ser feitas para a Guarda Municipal de Sumaré, pelo 153.

Outro lado

O proprietário do estabelecimento procurou a reportagem para contestar as informações divulgadas pela GCM. Ele afirma que não foram mil pessoas presentes e sim cerca de 400 frequentadores. “Tinha cerca de 300 a 400 pessoas. Eu tava na hora, eu tava acompanhando”, disse ao LIBERAL.

O comerciante, que pediu para não ser identificado, disse ainda que não se tratou de um pancadão, mas sim de uma festa de aniversário, com número restrito de convidados. Ele afirma que não houve venda de ingressos e que cerca de 40% do local estava ocupado.