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Região

Unimep demite reitora e cerca de 30 professores em Santa Bárbara e Piracicaba

Professora relata atraso de salários desde outubro; Unimep diz que "readequação" é para manter o planejamento acadêmico

Por Leonardo Oliveira

20 de dezembro de 2019, às 10h52 • Última atualização em 20 de dezembro de 2019, às 11h36

Foto: Arquivo / O Liberal
Em Santa Bárbara d’Oeste, mais de dez professores foram demitidos

A Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) demitiu na última terça-feira (17) cerca de 30 professores dos campus de Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba. Além disso, a professora Cláudia da Silva Santana, que ocupava o cargo de reitora, também foi demitida. As informações são do Sinpro (Sindicato dos Professores de Campinas e Região). A universidade não confirma os números.

Em Santa Bárbara d’Oeste, mais de dez professores foram demitidos. Eles eram da área da engenharia (química, física, matemática, entre outros), além da pós-graduação em Engenharia da Profissão, segundo a secretária-geral do Sinpro e professora da Unimep, Conceição Fornasari.

Ela relatou à reportagem que os salários dos professores não são pagos desde outubro, que não houve o repasse da primeira parcela do 13° salário e que os depósitos do FGTS ( Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) também não estão sendo realizados pela universidade. Além disso, também há inadimplência nas verbas rescisórias.

“[A Unimep] teve um papel muito significativo não só em Piracicaba, mas na região, no Brasil e até internacionalmente. Dois dos professores que foram demitidos estão fora do país representando a universidade. Nós sentimos um pesar muito grande de ver destruído o projeto pedagógico”, disse Conceição ao LIBERAL.

De acordo com a secretária-geral, uma mudança recente no estatuto da universidade tornou mais fácil a demissão de funcionários. “Antes, para demitir, tinha que passar pelo conselho de curso, conselho de faculdade, para depois demitir. Com a alteração do estatuto, que não prevê mais nada disso, eles podem demitir”, ressalta.

Confira o posicionamento da Unimep

O Instituto Educacional Piracicabano, entidade mantenedora da Universidade Metodista de Piracicaba, informa que, para manter o seu planejamento acadêmico de oferta de cursos e inovar seu portfólio, realizou nesta semana a readequação do seu quadro de docentes.

A reestruturação faz parte de um movimento do setor educacional que, para cumprir o calendário acadêmico e a convenção coletiva, concentra o desligamento de professores em dezembro.

A Instituição oferta para 2020 oito novos cursos (Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão de Recursos Humanos, Logística, Negócios Internacionais e Relações Internacionais) no Campus Centro de Piracicaba e aguarda autorização do Ministério da Educação (MEC) para a ampliação do portfólio e atuação em novas áreas do ensino nas suas demais unidades localizadas em Lins, Santa Bárbara d´Oeste e no Bairro Taquaral, também em Piracicaba.

Com essa possibilidade de modernização e inovação, a Instituição mantém expectativas de ampliação que gerem novas oportunidades e cursos mais voltados às necessidades do mercado

Na Justiça

A secretária-geral do Sinpro disse que serão avaliadas medidas judiciais contra as demissões anunciadas nesta semana. A situação da Unimep deve abrir a pauta de discussões do sindicato após o recesso, que termina em 7 de janeiro. Uma nova greve não está descartada pelo órgão.

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