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Santa Bárbara

Soldador é condenado por extorquir família na presença da filha de 10 meses

Família foi até o PS Edison Mano pois a filha estava com febre, mas acabou rendida pelo acusado

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12 de outubro de 2020, às 08h39 • Última atualização em 12 de outubro de 2020, às 18h11

A Justiça de Santa Bárbara d’Oeste condenou um soldador a 16 anos e dois meses de prisão por ter extorquido uma família que procurava por atendimento médico para a filha, então com dez meses de idade. O crime aconteceu em outubro do ano passado e foi julgado na última quinta-feira (8) em primeira instância.

Família foi abordada por acusado no estacionamento do PS Edison Mano – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

As vítimas, um agente de segurança de 29 anos e sua esposa, uma autônoma de 37 anos, vieram de São Paulo para Santa Bárbara d’Oeste a trabalho. Eles trouxeram a filha junto e ficaram hospedados em um hotel no centro da cidade.

Já no fim da noite do dia 7 de outubro do ano passado, a criança começou a ter febre, por isso os pais decidiram leva-lá até o PS (Pronto-Socorro) Edison Mano. Quando chegaram lá, ao descerem no estacionamento, foram surpreendidos por dois homens armados, que os obrigaram a voltar para o automóvel.

Segundo a denúncia do MP (Ministério Público), o soldador, de 39 anos, e um comparsa, também entraram no veículo e obrigaram o agente a dirigir sentido Piracicaba. A mulher, com medo do que poderia acontecer, sugeriu que voltassem para Santa Bárbara para ir até uma agência bancária, onde sacaria um valor em dinheiro para dar aos acusados.

Só que o banco estava fechado, por isso todos retornaram para o automóvel. Eles passaram a circular por várias ruas da cidade e pararam em uma via de terra. Foi aí que a autônoma sugeriu que fossem para o hotel onde eles estavam hospedados, pois lá havia R$ 300 – a criança estava passando mal.

Quando chegaram ao hotel, um dos acusados ficou no carro com a mulher e a bebê, enquanto o soldador entrou no quarto com o agente de segurança. Enquanto procurava por dinheiro no cômodo, o agente deu dois socos na cabeça do acusado e o imobilizou com um mata-leão, tomando a arma de fogo.

Em seguida, policiais militares foram acionados e prenderam o soldador. A família ficou rendida pela dupla por cerca de duas horas. O outro suspeito de envolvimento no crime conseguiu fugir ao notar que o plano tinha dado errado e não foi localizado.

Na sentença, a juíza Camila Marcela Ferraria Arcaro entendeu que houve provas o suficiente para a condenação. “O conjunto probatório dos autos não deixa dúvidas a respeito da prática deste grave crime pelo acusado. As vítimas narraram os fatos de forma uníssona, detalhada, descrevendo os momentos de pânico e terror que passaram nas mãos dos dois meliantes, inclusive porque a mãe estava com a filha de apenas dez meses de idade nos braços, doente”, escreveu.

O réu, por ser reincidente, não pôde recorrer em liberdade e está preso. Ele ainda terá que pagar R$ 3,6 mil de multas acumuladas.

Ao LIBERAL, o advogado Josiel Nogueira, responsável pela defesa do réu, adiantou que vai recorrer da sentença.

“Além de requerer ao tribunal a nulidade da sentença, por ter a magistrada de origem recebido o aditamento da denuncia (peça inaugural da acusação) sem a observância do devido processo legal, também iremos requerer a reforma da sentença no tocante a aplicação da pena, pois ao nosso ver a mesma foi muito além do mínimo legal previsto para o delito praticado pelo agente”, defendeu.

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