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De 5 meses

Sem vaga em creche, vendedora leva filha ao trabalho

Sem conseguir uma vaga em creche na rede municipal em Santa Bárbara e com medo de ser demitida, mulher de 29 anos não viu outra alternativa

Por André Rossi

11 de julho de 2019, às 11h01

Sem conseguir uma vaga em creche na rede municipal de ensino de Santa Bárbara d’Oeste, a vendedora Luana dos Santos de Paula, de 29 anos, precisa levar a filha Sofia para o trabalho de segunda a sábado. A criança completa cinco meses de idade nesta quinta-feira e está nesta rotina há um mês, já que a mãe não tem com quem deixá-la durante o expediente.

Luana trabalha em uma loja de roupas infantis, que funciona no novo Terminal Urbano, no Centro da cidade. Ela procurou a Secretaria Municipal de Educação em maio, mas a informação passada é de que não haveria vagas disponíveis nem previsão para abertura.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
A vendedora Luana, de 29 anos, com a filha Sofia, de 5 meses, na loja em que trabalha; rotina dividida já dura um mês, segundo ela

O déficit de vagas em creche na rede municipal é alvo de um inquérito civil do MP (Ministério Público). Em janeiro, o promotor da Infância e Juventude, Luiz Fernando Garcia, disse ao LIBERAL que o déficit era de 800 vagas em outubro de 2018. A prefeitura garantiu ao promotor que ia solucionar a situação ainda em 2019.

Com a resposta negativa, a vendedora contou que procurou o Conselho Tutelar. Até o momento, no entanto, não houve nenhum avanço.

“Toda semana eu ligo lá para ver como está o procedimento. Ela [conselheira] disse que acha que a Secretaria de Educação não mandou nenhuma resposta. Estou esperando”, lamentou a vendedora. “Hoje [quarta-feira] mesmo liguei no Conselho Tutelar para saber e nada”.

Além das dificuldades, Luana teme ficar desempregada se não conseguir uma vaga para a filha. Ela mora com a criança e outros dois filhos: um menino de cinco anos e uma menina de três, que estão matriculados na escola.

“Às vezes eu estou atendendo, a criança está chorando. Não fica bom. E eu preciso trabalhar”, afirmou Luana.

O promotor Luiz Fernando Garcia disse ao LIBERAL no começo do ano que esperava ter em fevereiro um “mapa” atualizado sobre a situação do déficit no município. A reportagem entrou em contato com o MP ontem, mas foi informado de que Garcia está de férias e retorna no dia 1º de agosto.

O promotor que responde temporariamente, Amelio Pasini Junior, preferiu não passar detalhes sobre o andamento do inquérito.

Silêncio

A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste foi procurada para comentar o caso, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. Já no Conselho Tutelar, foi informado que a conselheira estava em atendimento. Não houve retorno ao contato deixado com a secretária.

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