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Santa Bárbara

Santa Bárbara tem a pior taxa de mortes por Covid-19 na região

Menos populosa, cidade tem número de óbitos semelhante à Americana; prefeitura discorda de comparação

Por Marina Zanaki

01 de agosto de 2021, às 08h55 • Última atualização em 01 de agosto de 2021, às 08h57

Prefeitura montou hospital de campanha para atender pacientes com coronavírus - Foto: Arquivo - O Liberal

Santa Bárbara d’Oeste tem a pior taxa de mortalidade pelo coronavírus (Covid-19) por 100 mil habitantes na RPT (Região do Polo Têxtil). Levantamento realizado pelo LIBERAL com base na população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que a cidade tem taxa de 391 óbitos pela doença por 100 mil habitantes.

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O município, que pela estimativa do instituto tem 47 mil habitantes a menos do que Americana, tem quase a mesma quantidade de óbitos que a vizinha. São 762 mortes em Santa Bárbara e 788 em Americana.

A prefeitura barbarense rebateu a taxa, alegando que a população da cidade, de 194 mil pessoas, é subestimada. O município argumentou que, diante da estimativa de crescimento populacional nos últimos 10 anos, a cidade já ultrapassou os 200 mil moradores.

“Considerando que a doença é a mesma no município e em qualquer outro da região, e considerando ainda que o vírus que circula na região como um todo é o mesmo, a taxa de mortalidade dos municípios da região dever ser muito parecida. Em outras palavras, Santa Bárbara d’Oeste tem mais de 200 mil habitantes, o que corrigiria essa eventual argumentação da maior taxa de mortalidade entre os municípios da região”, afirmou a prefeitura.

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FUNCIONÁRIO. Um profissional da saúde que trabalha no atendimento Covid e preferiu não se identificar apontou alguns fatores que podem ter contribuído com a alta taxa de mortalidade pela doença. Ele citou a falta de alguns medicamentos, como anticoagulantes, para sedar paciente e estabilizar pressão quando está muito baixa; itens de higiene, como fraldas e compressas de banho, que fazem com que outras doenças acabem concorrendo com o vírus.

Ele contou que antes da ampliação de leitos na Santa Casa e no hospital de campanha, muitos pacientes enfrentavam uma longa espera para atendimento, mesmo em casos menos graves que não precisavam de UTI.

Além disso, pacientes com complicações que estejam no hospital de campanha e que precisem, por exemplo, de transfusão de sangue e hemodiálise, nem sempre é possível fazer a transferência para outros locais que possuam estrutura por conta do próprio estado clínico delicado.

“Mas foram muitas altas só no hospital de campanha. Se ele não fosse aberto, provavelmente o número de óbitos seria superior a mil”, declarou o profissional.

Sobre a falta de medicamentos, a prefeitura lembrou que, por conta da gravidade da pandemia, a eventual falta ocorreu no País como um todo. Em relação aos itens de higiene,

disse que a falta dos produtos não procede.

O município informou que existe uma regulação que estuda e promove transferência aos leitos de UTI do Hospital Santa Bárbara, além de frota com ambulâncias e veículos aptos para os encaminhamentos.

A Secretaria de Saúde destacou que possui uma rede pública de saúde “robusta”, com 108 vagas para a doença, entre leitos de UTI, com respiradores e de enfermaria.

“O Município de Santa Bárbara d’Oeste informa que, desde o início da pandemia, todo o trabalho realizado tem um único objetivo: o de salvar vidas e devolver as pessoas aos seus lares e famílias, enfrentando uma das maiores crises de saúde da história do mundo. Nenhum paciente deixou de ser atendido pela rede pública municipal barbarense”, finalizou.

INFECÇÕES. Na contramão das demais cidades da região, que viram queda nos novos casos registrados em julho, Hortolândia teve recorde de infecções no mês passado. Até o dia 28, foram registrados 4.119 positivos na cidade, superando os meses de maio (2.736 casos) e junho (2.675 casos), até então os recordes. A prefeitura foi procurada desde quinta-feira, mas não comentou sobre a disparada nas infecções.

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