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DE QUEM É A CULPA?

Santa Bárbara diz que vacinaria mais rápido se recebesse mais doses

Estado culpa Ministério da Saúde, que afirma: quantitativo é baseado em público-alvo da campanha

Por Pedro Heiderich

22 de abril de 2021, às 18h54

A Prefeitura de Santa Bárbara disse, em nota, que imunizaria mais rápido a população contra o novo coronavírus (Covid-19) se recebesse mais doses da vacina. O Governo do Estado rebateu, citou saldo negativo de vacinação na cidade e ainda culpou o Ministério da Saúde, que afirma que o quantitativo é baseado no público-alvo da campanha.

A vacinação em Santa Bárbara tem sido alvo de cobranças da comissão de vereadores que acompanha a campanha, com problemas no cadastro e demora na imunização. Também houveram casos como furto de fiação elétrica de unidade de saúde e furto de doses, depois recuperadas.

Prefeitura de Santa Bárbara questionou quantidade de doses enviadas – Foto: Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste / Divulgação

A reportagem questionou as prefeituras da RPT (Região do Polo Têxtil) a respeito de como têm classificado as campanhas municipais de vacinação.

A Prefeitura de Santa Bárbara, via Secretária de Saúde, respondeu que, dentro das doses entregues, o ritmo está “adequado”, mas ressaltou que, “caso o número de doses disponibilizadas fosse maior, estaria preparada para ampliar o acesso da população às vacinas, sempre respeitando os grupos prioritários definidos pelo Estado”.

A nota diz ainda que a Secretaria tem aberto outros pontos de vacinação, além de disponibilizar o imunizante em datas por meio de demanda espontânea, para públicos já inseridos na Campanha. “Além disso, a divulgação da campanha e sua importância têm sido intensificadas”.

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O governo estadual respondeu que a Prefeitura de Santa Bárbara “deveria cobrar o Ministério da Saúde por mais vacinas ao invés de concentrar a responsabilidade no Governo do Estado, que está cumprindo com seus compromissos”.

A nota cita que já foram destinadas pelo Estado ao município 37,3 mil doses, “e este registrou apenas 34,8 mil aplicações na plataforma VaciVida, o que evidencia um “saldo” de pelo menos 2,5 mil doses que deveriam ter sido administradas pelo município, a quem cabe tomar providências e trabalhar com transparência em relação ao consumo das grades enviadas”.

A Secretaria Estadual de Saúde disse ainda na nota que à medida que o Ministério encaminha as doses para o estado, a pasta envia as doses suficientes para garantir a imunização em primeira e segunda dose para as prefeituras.

As grades de distribuição levam em conta o público integral e são acompanhadas das recomendações para aplicação. “O Plano Estadual de Imunização é claro e objetivo, cabendo às Prefeituras utilizar as vacinas de acordo com os critérios técnicos e públicos”.

O Ministério da Saúde explicou que o cálculo de distribuição de vacinas é baseado na população-alvo da campanha e as doses são enviadas de forma proporcional e igualitária para os estados. O levantamento foi feito com base no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e outros órgãos.

“A estratégia de vacinação é definida a cada nova pauta de distribuição, semanalmente, entre governo federal, estados e municípios. Estados e municípios têm autonomia para seguir com a campanha local, de acordo com as demandas regionais”, encerra a nota do Ministério da Saúde.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A Prefeitura de Nova Odessa também reclamou. “Está dentro do esperado, estamos seguindo as faixas etárias conforme chegam novos lotes. A única decepção é a demora em recebermos novos lotes para profissionais de Saúde”, diz Paula Mestriner, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

A Secretaria de Saúde do Estado aponta que já foram enviadas mais de 10,5 mil doses para Nova Odessa e que destinou mais de 1 milhão de doses para a região. “A execução da campanha, com organização e distribuição de quantitativos, e aplicação das doses, é responsabilidade dos municípios”.

A pasta diz ainda que a continuidade e ampliação dos grupos a serem imunizados depende do envio de mais doses por parte do Ministério da Saúde. Por sua vez, o Ministério da Saúde disse que é responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde.

As prefeituras de Americana, Hortolândia e Sumaré não responderam aos questionamentos sobre o assunto.

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