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Santa Bárbara

Prefeitura vai contratar empresa para limpar casas contaminadas por mercúrio

Uma das famílias afetadas segue morando em abrigo sete meses após exposição ao material

Por Leonardo Oliveira

23 de fevereiro de 2021, às 08h15

A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste abriu, na última semana, licitação para contratar uma empresa para limpar as casas interditadas em julho do ano passado após uma contaminação por mercúrio no bairro Santa Fé. Uma das famílias não pôde voltar para a casa desde então.

Imóvel para onde o mercúrio foi levado continua sem poder receber a família – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

Ao todo, quatro endereços receberão serviços como aplicação de enxofre, demolição de revestimento, retirada de ralos e instalação desses mesmos itens. A administração estima gastar, no total, R$ 63,5 mil para realizar as obras.

Três das casas eram habitadas quando houve a exposição ao mercúrio. Uma delas teve só um cômodo isolado e a família permaneceu no imóvel. Outra era alugada e a locatária deixou a residência. Somente uma das casas, na Rua João Lopes Machado Filho, segue totalmente impedida. Nela mora a dona de casa Rute Batista Cepelos, de 45 anos, que está em um abrigo do município desde julho do ano passado.

A mulher é esposa do pedreiro José Aparecido da Luz dos Santos, de 48 anos, que levou o mercúrio para casa em 30 de junho – ele alegou ter pensado que a substância tóxica era tinta. A família precisou sair da casa em 13 de julho e desde então não pôde mais retornar.

“Eu acho que está [demorando para voltar para casa], porque faz sete meses já que eu estou aqui, não sei se foi devido a troca de prefeito, mas eu espero que nesses dois meses eles resolvam meu problema”, disse Rute.

O LIBERAL noticiou em agosto que a prefeitura previa, naquele mês, concluir a limpeza e liberar as residências. Só neste mês de fevereiro, no entanto, é que o município abriu licitação para contratar uma empresa para realizar as obras. A Prefeitura foi questionada sobre a demora na liberação da residência totalmente interditada, mas não houve resposta até a publicação da reportagem.

Rute disse que no abrigo ela tem tudo o que precisa e que não passa necessidade, mas confessa sentir falta da privacidade. “A gente tem hora para entrar, todo lugar que a gente vai tem que falar onde foi, não podemos receber visitas”, relatou.

A mulher contou que não pode receber no abrigo as filhas que possui de outro casamento. “Elas não podem vir aqui. Se a gente sai, até às 22h tem que estar aqui, senão não entra mais”, acrescenta Rute.

Ao todo, 34 pessoas tiveram contato com a substância, que foi compartilhada entre moradores. Crianças foram contaminadas e precisaram ser internadas, mas nenhuma ficou em estado grave. O caso segue sendo investigado pelo 2º DP (Distrito Policial) de Santa Bárbara.

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