28 de março de 2024 Atualizado 10:14

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Escola estadual

Pais de duas alunas acusam professor de assédio em Santa Bárbara

Jovens de 15 anos dizem que docente tem hábito de tocá-las e fazer comentários com conotação sexual

Por André Rossi

20 de setembro de 2019, às 09h56 • Última atualização em 20 de setembro de 2019, às 18h26

Foto: Arquivo / O Liberal
Os boletins foram registrados na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Santa Bárbara nos dias 17 e 18 deste mês

Os pais de duas alunas de 15 anos de uma escola estadual de Santa Bárbara d’Oeste registraram boletins de ocorrência contra um professor. As adolescentes estudam na mesma sala do primeiro ano do ensino médio e afirmam que o homem tem o hábito de tocá-las, além de fazer comentários com conotação sexual durante as aulas.

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o caso é investigado pelo 2º DP (Distrito Policial). As vítimas foram ouvidas e o “trabalho investigativo demanda sigilo”, segundo informações da pasta.

Os boletins foram registrados na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Santa Bárbara nos dias 17 e 18 deste mês. Uma das alunas relatou que durante aula na sala de informática no dia 2 de setembro, o professor “esbarrou de forma proposital na vítima, vindo a pegar em seu seio”.

Foi o estopim para que a jovem contasse aos pais sobre o assédio, que teria começado neste ano. O pai dela, um advogado de 34 anos, disse que também procurou o Conselho Tutelar para reportar o caso, que foi registrado como importunação sexual na DDM.

“A minha filha vem sendo perseguida há tempos. Eu não tinha conhecimento. Fiquei sabendo antes de ontem [terça] sobre isso. Ela chegou até mim, contou que o professor já tinha perseguido na escola, no supermercado, quando encontrava ela na rua”, contou o advogado.

Já a outra estudante disse a polícia que o professor tem o hábito de tocá-la, colocando as mãos em seus ombros. Comentários como “você vai no banheiro e não faça nada demais ali” também teriam sido feitos pelo docente em sala de aula, ainda de acordo com o registro policial que foi enquadrado como não criminal.

Segundo a mãe da adolescente, uma auxiliar de produção de 39 anos, a diretora da escola orientou para que fosse registrado o boletim e teria pedido para que a estudante não deixasse de frequentar as aulas de segunda-feira. “A minha filha vai ficar na sala dela [diretora] estudando. Foi isso que ela me propôs até que se resolvesse a situação”, contou.

A mulher também descartou transferir a filha de escola, proposta que teria sido feita pela Diretoria de Ensino de Americana sobre o caso.

“Por que eu tenho que mudar a rotina da minha filha? Minha filha não fez nada. Eu só quero que se faça justiça, veja o que está acontecendo, que avalie essa situação. Não posso acusá-lo [professor], mas eu acredito na palavra da minha filha. É o que basta pra mim. Quem vai decidir se ele está errado é a justiça”, afirmou a mulher.

OUTRO LADO. A Diretoria Regional de Ensino de Americana informou que tomou “todas providências” quanto às denúncias apresentadas contra o professor. “Uma apuração preliminar foi aberta e, se comprovada, serão aplicadas as penalidades pertinentes”, informou em nota.

O LIBERAL entrou em contato com a direção da escola, mas ninguém quis comentar o caso. A reportagem não conseguiu contato com o professor.

Publicidade