29 de março de 2024 Atualizado 10:41

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Santa Bárbara

Pai diz que filho foi vítima de execução em Santa Bárbara

Em Santa Bárbara, adolescente de 15 anos teria saído de carro atirando, de acordo com versão da Polícia Militar; pai acusa oficiais de execução

Por André Rossi / Leonardo Oliveira

12 de julho de 2019, às 07h30 • Última atualização em 12 de julho de 2019, às 18h46

O pai de Luis Otávio Moura de Moraes, que morreu após participar de um roubo que terminou em troca de tiros com a polícia no bairro 31 de Março, em Santa Bárbara d’Oeste, na noite desta quarta-feira (10), disse ao LIBERAL nesta quinta-feira (11) acreditar que seu filho tenha sido executado pela Polícia Militar.

Marcos Moraes afirmou ter conversado com vizinhos do local onde houve o confronto. “Não foi uma abordagem, foi uma execução. Por ele já ser conhecido [ter passagem], não deram chance nem de ele deitar no chão”, disse Marcos.

“Esse rapaz [o outro adolescente] não morreu porque na hora da batida ele desmaiou, parece que desacordou. Aí, meu filho saiu do carro apavorado. A hora que ergueu a mão, isso a vizinha falou, deram rajada nele”, afirmou o pai.

Foto: Polícia Militar / Divulgação
Revólver foi apreendido pela Polícia Militar após troca de tiros que terminou com morte de adolescente

O caso será investigado em duas frentes: pela Polícia Civil, por meio do 1º DP (Distrito Policial) de Santa Bárbara d’Oeste, e também por um procedimento aberto pela Polícia Militar para apurar a conduta dos militares envolvidos na ação.

A apuração interna da PM é padrão e ocorre em casos em que há morte de suspeitos. O prazo para conclusão é de 60 dias.

O caso

Luis Otávio Moura de Moraes tinha passagem por tráfico e morreu após participação no roubo. De acordo com a PM, o caso ocorreu às 23h15. Os policiais foram acionados para atender um roubo de veículo na Rua do Irídio, no Mollon. Sob ameaça de arma de fogo, três indivíduos renderam um casal que estava num Toyota Corolla.

Durante patrulhamento, os policiais localizaram o veículo roubado trafegando pela Avenida Santa Bárbara. Os condutores não obedeceram à ordem de parada, fugiram e conseguiram despistar os PMs no bairro 31 de Março.

Posteriormente, equipe da Força Tática localizou o Corolla na Rua Vereador Joel Bueno Quirino. O condutor perdeu o controle e bateu o carro em um poste. Na abordagem, a PM afirmou que os ocupantes do Corolla dispararam contra os policiais, que teriam revidado com dois tiros.

Inicialmente, a quantidade de tiros informada pela PM não condizia com a informação divulgada pelo Pronto Socorro Afonso Ramos, que atendeu Luis Otávio. Segundo a unidade de saúde, o adolescente tinha 12 perfurações no abdômen.

Questionada, a Polícia Militar, então, afirmou que só o laudo do IML (Instituto Médico Legal) poderia precisar o número de disparos.

“Eram quatro policiais na viatura. Três efetuaram três disparos e um efetuou dois disparos, um total de 11. Se todos acertaram, não é possível garantir, porque houve disparo que acertou o veículo. Além disso, um único disparo pode causar quatro perfurações”, informou a PM ao LIBERAL.

A polícia sustenta que Luis Otávio carregava um revólver e efetuou disparos contra a guarnição. Após ser baleado, ele foi socorrido até o pronto socorro, em Santa Bárbara, mas já chegou ao local sem vida.

Os dois adolescentes tinham passagem por tráfico de drogas. O menor que sobreviveu foi apreendido. Um revólver Taurus calibre 38 com numeração suprimida foi recolhido, assim como quatro munições intactas. O caso foi registrado como roubo e resistência consumados.

Publicidade