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O Arco-Íris que evita alguns ‘temporais’

Associação dos Moradores do Bairro Mollon é mantenedora da Casa da Criança

Por Jucimara Lima

18 de julho de 2022, às 08h11 • Última atualização em 18 de julho de 2022, às 08h13

Dona Therezinha com parte das pessoas que hoje mantém o sonho vivo - Foto: Marcelo Rocha - Liberal

Quando dona Therezinha Maria de Souza da Silva, 72 anos, juntamente com um pequeno grupo de pessoas que faziam parte da Paróquia São João Batista, localizada no bairro Mollon, em Santa Bárbara d’Oeste, se uniu para iniciar os trabalhos da Amobam (Associação de Moradores do Bairro Mollon) lá no final dos anos 90, certamente ela não imaginava o quanto aquela sementinha daria frutos tão bons como a Casa da Criança Arco-Íris.

O projeto social nasceria dois anos depois, por uma necessidade de diminuir os índices de criminalidade, drogas e violência envolvendo crianças e adolescentes da comunidade, composta pelos quatro bairros Mollon, além do Jardim São Fernando, Jardim Jerivá e Vila Pântano, região que no total estima-se somar cerca de 20 mil moradores.

“A assistência social da associação na época, entendeu que não adiantava só chamar a polícia, que isso não bastaria para resolver o problema. Assim, ela também concluiu que a única maneira de modificar aquela realidade seria por meio da criação de um projeto social”. A aposentada lembra que a ação começou em sua própria residência em agosto de 2000. Contando com a ajuda das Irmãs Cônegas do Santo Sepulcro, a casa iniciou atendendo apenas uma vez por semana, no período da tarde. “Uma das irmãs cônegas nos aconselhou a iniciar o projeto, que se fosse de Deus ele iria para frente e que se não fosse, com certeza iria acabar”. Hoje a Casa da Criança Arco-Íris tem mais de 20 anos de história, contabilizando atendimento para cerca de 800 crianças e adolescentes da zona leste barbarense.

Um pouco de história. Dois marcos importantes na história da Amobam, o primeiro foi a concessão do terreno da Rua Atílio Bagarolo, 54, Mollon 4, conquistado junto à prefeitura em 2003. Já o segundo foi a inauguração da sede, datada de 2008. Dos 2.800 metros do terreno, 700 metros são de área construída e o restante ainda dá para fazer muita coisa. A estrutura é composta por salão de eventos, refeitório, cozinha, biblioteca e duas salas, além de banheiros e despensa. “Começamos com a cara, a coragem, mas principalmente ajuda de Deus. Aconteciam vários milagres e quando falo de milagre quero dizer o ser-humano bondoso”, reflete Therezinha.

Entre os serviços oferecidos na Arco-Íris estão atividades sócio-educativas, esportivas, culturais, recreativas, artesanatos e muito mais. Atualmente, a iniciativa atende 40 crianças nos períodos de manhã e tarde, de segunda a sexta-feira, proporcionando três refeições diárias, tudo feito com muito carinho tanto pela equipe de voluntárias quanto pelas quatro funcionárias, entre elas, a assistente social, Elizangela Marinho, 42 anos, que já está na Amobam há 3 anos.

“Nossas crianças são de 4 a 13 anos, mas já tivemos adolescentes de até 17. Infelizmente, hoje não temos mais porque no momento estamos sem atividades que prendam a atenção deles. Nós tínhamos computadores que usávamos para dar cursos profissionalizantes de informática, mas os equipamentos foram roubados”, lamenta ela que tem como objetivo retomar os cursos assim que possível.

A presidente da Amobam e da Casa, Rosinha Aparecida de Souza Vicentin, 62 anos, explica que para isso acontecer eles precisarão de parcerias, considerando que a entidade vive basicamente de eventos, doações e uma pequena verba repassada pelo município. Por essa razão, eventos como o Arraia São João, realizado no Villa Multimall, pela Rádio Gold é tão importante. “O resultado foi muito bom, ficamos muito felizes e se eles convidarem, vamos de novo”, comenta.

Voluntária há quase 20 anos na Associação, Rosinha é um exemplo de que sempre é possível fazer algo e que tempo não é desculpa. Apesar de estar indo para seu segundo mandato como presidente, teve uma época em que ela trabalhava em fábrica fazendo turno e depois seguia para a sede da entidade para limpar frango e descascar batatas. “No começo era tudo manual, hoje temos máquinas, então está tudo mais fácil”, explica.

Além das atividades com as crianças, a associação é sede para o grupo de Melhor Idade, que toda terça-feira se reúne para jogar bingo, fazer ginástica, lanchinhos e bailes. Somado a isso, o espaço é utilizado para manter um bazar permanente de roupas.”Ficamos abertos de segunda a sexta, das 7h30 às 16h30, e temos peças novas e usadas com preços a partir de R$ 4”, explica Elizangela.

Para fazer parte dos projetos é preciso manifestar interesse e a partir daí, a assistente social avaliará a possibilidade de inclusão. “Procuramos não excluir ninguém, mas tudo é avaliado”.

Atualmente, segundo elas, a maior necessidade é poder assistir mais crianças e adolescentes com mais cursos, porém, falta verba. Mais informações: (19) 3457-2406 ou (19) 99247-8948. 

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