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Tradição

Minas Bar: a história de um dos comerciantes mais tradicionais de Santa Bárbara

Há mais de 40 anos a frente do bar, José Batista de Souza conta que o segredo para a longa permanência no comércio é gostar do que faz

Por Valéria Barreira

15 de dezembro de 2019, às 09h13 • Última atualização em 16 de dezembro de 2019, às 13h23

Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG
José Batista de Souza, o Mineiro há 45 anos em Santa Bárbara

Início dos anos 70. As Indústrias Romi atraíam para Santa Bárbara operários de toda a região, em busca de um emprego e de uma vida melhor. José Batista de Souza, então com 20 anos, solteiro, foi um deles. Natural de Bueno Brandão, na região de Socorro, no sul de Minas, chegou à nova cidade em janeiro de 1974 em busca de uma oportunidade e nunca mais foi embora.

Ele conseguiu o emprego na Romi, mas sua passagem foi rápida, de apenas quatro anos.

Depois de sair da empresa, ele assumiu um bar na Rua Riachuelo – o Bar do Mineiro – e começou ali uma trajetória no comércio barbarense que já dura mais de 40 anos. Hoje, José é o Mineiro, apelido que ganhou devido à sua origem.

“Saí da minha terra para trabalhar na Romi. Já tinha amigos de lá que trabalhavam aqui, então vim com esse objetivo”, diz o homem de 65 anos, que em 1999 trocou a Riachuelo pela Rua Santa Bárbara, onde mantém o movimentado Minas Bar. Mineiro está todos os dias por ali. O comércio abre as 6h e só fecha por volta das 20h. Ele toca o negócio junto com o filho, a nora e o neto. Já são três gerações fazendo o salgado que tem a fama de ser “o melhor de Santa Bárbara”.

A massa da coxinha é de batata pura, mas antes dos salgados e do pastel os lanches eram o carro-chefe e ajudaram a alavancar o negócio.

Depois de deixar a Romi e ter o seu bar, ainda na Riachuelo, passou a fornecer lanches aos funcionários da metalúrgica e guarda um número na memória. Em um mês, forneceu 12.480 lanches à empresa. “A Romi fechou um contrato para exportar tornos ao Iraque e eu fornecia os lanches para os funcionários que faziam hora extra. No pico da produção, eram muitos lanches”, lembra. Hoje, no “coração” de Santa Bárbara, ao lado da praça central e no entorno da Igreja Matriz de Santa Bárbara, o bar atende quem trabalha por ali e também quem busca o Centro para ir aos bancos ou fazer compras, já que na mesma calçada estão grandes magazines e lojas de apelo popular. Foi do seu estabelecimento, durante os 30 anos neste ponto, que ele viu a cidade se transformar.

“A cidade evoluiu muito. Antes eu conhecia todo mundo. Hoje, sou conhecido, mas já não conheço todo mundo. A cidade cresceu”.

O segredo para a longa permanência no comércio, segundo ele, é gostar do que faz. “Não importa o ramo. Se fizer com amor, o negócio tende a ter vida longa”.

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