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Boas Histórias

Mão de obra de sentenciados traz economia para S. Bárbara

Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste utiliza mão de obra de condenados para sinalização viária de trânsito e reforma de prédios públicos

Por Leonardo Oliveira

06 de novembro de 2019, às 10h46 • Última atualização em 06 de novembro de 2019, às 10h47

Nos últimos cinco anos, as obras de sinalização de trânsito em Santa Bárbara d’Oeste foram realizadas por pessoas que cometeram crimes leves e acabaram condenados à prestação de serviços à comunidade. Tal medida economizou mais de R$ 4 milhões aos cofres da cidade no período, de acordo com o secretário de Segurança, Trânsito e Defesa Civil, Rômulo Gobbi.

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Os sentenciados atuaram também na reforma de prédios públicos municipais – é o caso do imóvel onde funciona a Sesetran (Secretaria de Segurança, Trânsito e Defesa Civil).

Com isso, a prefeitura arca somente com os materiais de pintura e reforma, adquiridos com dinheiro arrecadado com as multas de trânsito.

Foto: Prefeitura de Santa Bárbara / Divulgação
Prefeitura utiliza mão de obra de condenados para sinalização viária de trânsito e reforma de prédios públicos

Gobbi argumenta que a prefeitura precisaria abrir licitações se tivesse que contratar estes serviços, o que causaria a demora na execução.

“Os profissionais dessa área normalmente são de Guarulhos, São Paulo, e cobram muito caro, porque eles vêm, ficam hospedados em hotéis, então nesses anos todos usando essa mão de obra nós economizamos mais de R$ 4 milhões”, diz o secretário.

Atualmente são 380 sentenciados cadastrados na Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste. Eles também auxiliam a Defesa Civil em período de chuvas, quando há a necessidade de retirar uma árvore caída ou desentupir uma boca de lobo, por exemplo.

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A prestação de serviços por condenados está prevista em lei e abrange aqueles que cometeram crimes de menor potencial ofensivo. De acordo com o artigo 44 do Código Penal, essa punição pode ser aplicada quando a pena para crimes dolosos é inferior a quatro anos, cometido sem violência e independentemente da pena nos casos de crime culposo.

“Não é conveniente você colocar no cárcere alguém que comete esses pequenos delitos, porque você geraria mais gasto. O cárcere não faz o papel de ressocialização que deveria fazer e, portanto, vai atrapalhar mais ainda o processo de recuperação dessa pessoa”, argumenta Gobbi.

Como funciona

Quando há uma condenação à prestação de serviços comunitários, o réu se apresenta à prefeitura, que faz uma triagem com base nas competências de cada um, deslocando para a tarefa que ele tem mais afinidade. Se é pedreiro, por exemplo, atua nas reformas dos prédios públicos.

“Eles ajudaram a pintar a secretaria. Hoje você vai ver que foi toda remodelada graças a mão de obra deles. O setor de trânsito está tendo a cozinha reformada. Aqueles que têm uma afinidade com pintura auxiliam aqueles que não têm para pintar as faixas de pedestres”, destaca Rômulo.

Ainda de acordo com o secretário, a maneira de utilização dessa mão de obra mudou desde 2014. Antes, os sentenciados eram deslocados uma vez por semana para uma área específica da cidade e atuavam na capinação dela. Hoje, podem cumprir as horas necessárias todos os dias e em diversos departamentos.

“Muitas vezes a gente percebia que eles iam embora mais cedo, sem controle, reclamavam que as horas não eram computadas, era um procedimento que não trazia resultados positivos. Para estimular eles nesse processo a gente conseguiu, através de uma padaria, que ela forneça alimentos. Eles chegam e recebem um café da manhã. Aí vão a campo bem nutridos”.

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