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JUSTIÇA

Líder do São Fernando é absolvido de acusação de tráfico em Minas Gerais

Juiz entendeu que não havia provas suficiente para condenar Marcos Roberto da Costa Santos, conhecido como Gordo, preso em outubro de 2019

Por João Colosalle

10 de dezembro de 2020, às 07h52

A Justiça de Minas Gerais absolveu do crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico uma das lideranças comunitárias do bairro São Fernando, em Santa Bárbara d’Oeste.

Marcos Roberto da Costa Santos, conhecido como Gordo ou Palito, era acusado de envolvimento em uma remessa de 40 quilos de maconha em julho do ano passado para a cidade mineira de Montes Claros, a 930 quilômetros de Santa Bárbara.

Gordo havia sido preso em 11 de outubro de 2019, após um pedido da polícia mineira à Justiça. Após a sentença, ele foi solto.

O episódio que levou à prisão de Gordo foi flagrado por policiais do serviço velado de investigação em Minas. Segundo informações do Ministério Público, uma denúncia anônima apontou que outras pessoas trariam drogas do Estado de São Paulo para Montes Claros.

Julgamento ocorreu no Fórum de Montes Claros, em Minas – Foto: Renata Caldeira / TJMG

Na ocasião, a liderança do São Fernando havia sido identificada como remetente da droga e a investigação chegava a citar que interceptações telefônicas entre Gordo e um suposto traficante da cidade mineira seriam “inegáveis indícios” de que o líder do São Fernando seria o dono da droga.

Além de Gordo, outras quatro pessoas foram acusadas pela remessa da droga. Duas delas, inclusive, foram presas em flagrante com crack escondido em um compartimento secreto do veículo onde estavam, que viajava de Americana para Montes Claros.

A sentença do caso, do dia 25 de novembro, entretanto, aponta para falta de provas para condenar a liderança do São Fernando e outro réu.

Após as oitivas dos acusados e de testemunhas da investigação e de análise de degravações, o juiz do caso entendeu que a acusação não conseguiu comprovar, por exemplo, que Gordo era quem usava uma linha de celular utilizada para negociar o fornecimento de drogas com outros acusados no processo.

Nas interceptações telefônicas feitas pela polícia, as negociações citavam os apelidos Gordão e Pai Gordão. Porém, nenhum celular foi apreendido com a liderança do São Fernando.

Apesar de também citada pela investigação, não foi comprovada a relação do carro usado para o transporte da droga com o acusado, o que poderia vinculá-lo ao tráfico.

Dois cinco réus, dois foram condenados a 7 anos de prisão, em regime semiaberto, e a 10 anos de prisão. Eles ainda podem recorrer.

Questionado pelo LIBERAL, o Ministério Público de Minas não respondeu se irá recorrer da decisão. A advogada de Gordo preferiu não comentar a absolvição.

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