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EXCLUSIVO

Justiça condena acusado de sequestrar a menina Emily a 15 anos de prisão

Homem foi sentenciado por sequestro, cárcere privado e estupro de vulnerável; ainda cabe recurso

Por Leonardo Oliveira

11 de março de 2021, às 16h25

A Justiça de Santa Bárbara d’Oeste condenou Paulo César da Silva Santos, acusado de ter sequestrado a menina Emily Bello Soares da Silva, a 15 anos, seis meses e 20 dias de prisão. Além do cárcere privado, ele também foi sentenciado por estupro de vulnerável.

Paulo Cesar quando se entregou à polícia, em julho do ano passado – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

A decisão, proferida na segunda-feira (8) pela juíza Camilla Marcela Ferrari Arcaro, da 1ª Vara Criminal barbarense, ainda manteve a prisão preventiva de Paulo César.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Paulo César na manhã desta quinta-feira, que informou que irá recorrer, mas que não iria se manifestar, pois o caso tramita em segredo de Justiça.

Em entrevista ao LIBERAL, a avó da menina, a aposentada Lúcia Pereira da Silva, revelou que a condenação representa um “descanso” para a família (leia abaixo).

O crime aconteceu em julho do ano passado. Emily, de 11 anos, desapareceu na madrugada do dia 5 daquele mês, quando saiu de casa, no Jardim Europa, em Santa Bárbara, com um homem maior de idade. O encontro teria sido marcado pelas redes sociais.

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O sumiço da menina mobilizou pais e autoridades e ganhou repercussão nacional. Ela foi encontrada quatro dias depois, em um posto de combustível da Praia Azul, em Americana. Segundo depoimento de Emily para a Polícia Civil, no ano passado, o homem a manteve em cárcere privado durante esse período.

Ainda de acordo com a menina, o sujeito a mandou sair do cativeiro após ter visto, na televisão, uma reportagem sobre o desaparecimento dela. Ela contou que a repercussão do caso o deixou com medo.

A menina Emily deixa hospital em Americana em viatura da PM após ser encontrada – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal

Emily disse que saiu do local na madrugada de quinta, a pé e sozinha, andou pela Rodovia Anhanguera (SP-330) e parou no posto de combustível da Praia Azul. Ela teria percorrido, então, uma distância de aproximadamente dez quilômetros.

Com a ajuda de Emily e de sua família, os investigadores encontram na sexta-feira, o local onde Paulo, de 28 anos, teria mantido a garota em cárcere privado. O apartamento fica em Sumaré, no condomínio Praças de Sumaré, no Jardim Santa Maria.

No dia 13 de julho, a 1ª Vara Criminal de Santa Bárbara d’Oeste determinou a prisão temporária do acusado, que se entregou na tarde do mesmo dia e foi transferido para a Cadeia Pública de Monte Mor.

Um dos advogados de Paulo, Marcelo Rosa Maia, negou na ocasião que seu cliente tivesse mantido Emily em cárcere privado e afirmou que ele não sabia que se tratava de uma criança.

A juíza Camilla Marcela Ferrari Arcaro, na decisão que determinou a prisão temporária no ano passado, escreveu que a conduta imputada ao denunciado era “gravíssima” e representava a concretização de atos libidinosos que causam “fortes sentimentos de indignação e repúdio perante a sociedade”.

‘É um descanso pra gente’, diz avó da menina Emily

A condenação, em primeira instância, de Paulo César da Silva Santos, finalmente traz tranquilidade para a família da menina Emily. É o que disse a avó dela, a aposentada Lúcia Pereira da Silva, em entrevista ao LIBERAL.

Ela ficou sabendo da sentença pela reportagem, no início da tarde desta quinta-feira.

“A gente fica feliz e contente de saber dessa notícia. Tudo bem que não pega todos esses anos [na prisão], que tire metade já tá bom. Já é um descanso pra gente”, afirmou a mulher.

Após mais de oito meses do crime, Emily ainda passa por tratamento psicológico na tentativa de superar o trauma, revelou a avó, com quem a criança mora.

“A gente tá recuperando devagarzinho, porque passar, não passa né? É um problema sério, Mas devagar a gente vai caminhando”, afirmou.

Como a decisão foi em primeira instância, o acusado ainda pode reverter a pena em instâncias superiores.

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