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Santa Bárbara

Homens enterrados em vala podem ser vítimas de ‘tribunal do crime’

Afirmação é do delegado Gelson Barreto, que investiga possível ligação com outros três homicídios

Por André Rossi

24 de agosto de 2019, às 09h40 • Última atualização em 25 de agosto de 2019, às 09h26

Foto: Reprodução / Facebook
Otávio Silva Santos estava desaparecido desde a última segunda-feira

O delegado do 1º DP (Distrito Policial) de Santa Bárbara d’Oeste, Gelson Aparecido de Oliveira Barreto, afirmou que o caso envolvendo os dois corpos enterrados numa mesma vala no Areia Branca tem “todas as características” de “tribunal do crime”.

As vítimas são o motorista Otávio Silva dos Santos, 31, e o vendedor de carros autônomo Eduardo Gomes Belo, 42. Ambos desapareceram na noite da última segunda-feira, de acordo com boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil, que vai investigar a possível ligação com outros três homicídios que ocorreram neste mês na cidade.

Os corpos foram localizados na tarde de quinta, às 15 horas, na área rural da cidade, e já estavam em decomposição. Eles foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) e liberados as famílias nesta sexta. Laudos necroscópicos para apontar causa das mortes estão em elaboração.

Otávio era motorista, morava no Mollon e estava desaparecido desde a noite de segunda, quando saiu de casa por volta das 20 horas e não retornou, segundo relato da esposa. O carro dele ainda não foi localizado.

“O perfil desse Otávio é um perfil, assim, bem sugestivo. Parece que ele realmente estava metido com tráfico (de drogas), mas nós não sabemos em quais termos, qual a participação dele e o motivo do desentendimento e consequentemente assassinato”, disse Barreto.

O motorista foi identificado ainda na quinta. Já a identidade de Eduardo só foi determinada na sexta. O LIBERAL apurou que o homem morava em São Paulo e namorava uma mulher de Santa Bárbara.

“Tem todas as características do chamado ‘tribunal do crime’. Haveria possibilidade de um dos lados ter sido obrigado a abrir a cova, colocarem lá o Otávio e depois ele próprio (Eduardo) ser morto e jogado também na mesma cova. É uma ação bem típica”, comentou o delegado Barreto.

OUTROS CASOS. Uma das suspeitas é de que o caso tenha relação com outros três homicídios. No dia 7 de agosto, o porteiro José Batista Amaral, 49, e o soldador Alan Fernando Caris, 24, foram mortos a tiros por às 23h55, no Parque Olaria. Eles estavam dentro do carro quando dois homens se aproximaram; um deles disparou.

O outro homicídio foi em 10 de agosto. O servente Cláudio José dos Santos, 41, foi morto em bar na Rua Vereador Leonel Graciani, no Conjunto Habitacional Roberto Romano, após ser atingido por tiros nas costas. O autor dos disparos não foi identificado.

“Chegaram alguns comentários ainda não confirmados de que os cinco crimes de morte dos últimos dias tem ligação. Não há comprovação disso, mas haveria possibilidade, confirmando a relação com o tráfico. Ocultação do cadáver também é algo que nos interessa investigar melhor porque nos demais casos não houve essa preocupação”, apontou Barreto.

Otávio foi sepultado no Cemitério Cabreúva, enquanto Rodrigo foi sepultado no Cemitério Parque dos Lírios, ambos Santa Bárbara. O LIBERAL não conseguiu contato com familiares.

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