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SB 201 anos

História da cidade guardada pela Fundação Romi

Um anúncio em jornal há 55 anos deu início a um dos maiores centros de memórias do interior de São Paulo

Por Valéria Barreira

04 de dezembro de 2019, às 07h54 • Última atualização em 04 de dezembro de 2019, às 10h51

“A Fundação Romi deseja organizar e colecionar em álbuns, fotografias e documentos antigos das coisas da cidade, especialmente relativos a firma Indústrias Romi S A para que tenha um roteiro histórico de Santa Bárbara d’Oeste e de seus filhos ilustres. Vem, pois, apelar a todos os que queiram colaborar nesse trabalho de coleção de dados sobre os homens e acontecimentos que fizeram a tradição desta gloriosa terra para lhe ceder ditos documentos a fim de serem preservados”.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Só de fotografias, são 53.145 catalogadas

Foi assim, pedindo doações em um anúncio na primeira página do Jornal D’Oeste, edição de 7 de junho de 1964, que o Arquivo Histórico da Fundação Romi começou a reunir os documentos que hoje compõem o acervo do Cedoc (Centro de Documentação Histórica). Desde a inauguração, em 29 de junho de 1990, o local se destaca pela preocupação em preservar a memória de Santa Bárbara.

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Um dos conjuntos documentais mais relevantes do acervo é a respeito da Imigração Norte-Americana para o Brasil, ocorrida na segunda metade do século XIX. Segundo a coordenadora de documentação, Sandra Edilene de Souza Barboza, as fotografias e os recortes ajudam os pesquisadores a compreenderem como viveram esses imigrantes no país.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Cedoc promove a interação da população com seu patrimônio histórico-cultural

O acervo também se destaca pelos números. Apenas de jornais são 254 mil páginas, além de 22.716 recortes e 53.145 fotografias. Tudo catalogado e disponível para consulta online. Há também doações ainda não disponibilizadas para consulta.

O desejo de colecionar fotografias e documentos antigos partiu de Álvares Romi, filho do fundador das Indústrias Romi, Américo Emílio Romi. A primeira doação veio de Cícero Queiroga. Foi um álbum com fotografias feitas em 1940. Desde então, ao longo dos anos, o Arquivo Histórico recebeu inúmeras doações e tornou-se uma fonte de pesquisa importante para quem busca informações sobre o passado do município.

Para preservação do acervo, o Cedoc promove a interação da população com seu patrimônio histórico-cultural através de ações educativas democratizando o acesso à história. “Para o reconhecimento da história, é indispensável a guarda e a preservação de documentos”, destaca Sandra.

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Entre as atividades de educação patrimonial promovidas pelo local está a “Cedoc vai à escola”. O projeto teve como tema a evolução da telefonia em Santa Bárbara e percorreu 12 escolas do município, atingindo 1.595 alunos que puderam conhecer através de fotografias, jornais, livros e objetos a história e a utilização do telefone no município.

Em 2003, a Fundação Romi decidiu reestruturar a organização do acervo com o objetivo de facilitar o acesso e a disseminação dessas informações ao público em geral. Foi então que nasceu o Projeto do Centro de Documentação Histórica. Na primeira fase (2005-2007) ocorreu o diagnóstico do acervo, a catalogação, digitalização e acondicionamento dos documentos. Profissionais contratados e estagiários, de várias áreas, asseguraram um tratamento adequado à documentação, que passou a ser disponibilizada gratuitamente na Internet.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Fundação Romi decidiu reestruturar a organização do acervo com o objetivo de facilitar o acesso e a disseminação dessas informações

Em 2006, a importação do scanner da marca Zeustschel – modelo Omniscan 10.000 A1 da Alemanha, possibilitou a digitalização de documentos do tamanho de uma página de jornal aberta (formato A1), com resolução de 600 dpis em apenas dez segundos.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

A segunda fase teve início em 2008, e terminou em 7 de dezembro de 2009, quando foi inaugurado o espaço físico do Cedoc, reformado e adaptado para servir de mediação do público com este acervo através das atividades de Educação Patrimonial realizadas no Espaço Expositivo.

Em abril de 2018, passou a funcionar em um novo prédio que foi reformado para receber o acervo documental com uma estrutura física de armazenamento e preservação dos documentos.

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