18 de abril de 2024 Atualizado 22:58

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Covid-19

Funcionários do PS Afonso Ramos reclamam de precariedade

Servidores temem pela saúde e dizem que local não tem mínimas condições favoráveis para combater a pandemia

Por Leonardo Oliveira

09 de abril de 2020, às 08h28 • Última atualização em 09 de abril de 2020, às 11h46

Número insuficiente de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), isolamento deficitário e falta d’água nas torneiras. Essas são algumas das principais reclamações de profissionais da área da saúde que trabalham no Pronto-Socorro Afonso Ramos, em Santa Bárbara. Eles alegam que a estrutura é insuficiente para combater a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).

Clique aqui e se inscreva no nosso canal do Telegram e receba as notícias no seu celular!

A prefeitura nega que falte equipamentos e informou apenas que as obras de ampliação que começaram em janeiro foram aceleradas nas últimas semanas. A cidade ainda não tem casos confirmados da doença.

A reportagem do LIBERAL conversou com quatro profissionais e todos eles citaram os mesmos problemas. Temendo represálias, eles pediram para não terem seus nomes revelados.

Foto: Divulgação
Avental utilizado pelos profissionais do pronto-socorro não é do modelo mais apropriado

Uma das principais demandas dos funcionários é o isolamento. Segundo relatos, ele é feito de maneira improvisada na sala de curativo e não há um local específico para higienização e troca de uniformes dos profissionais. Além disso, os pacientes dividem a mesma sala de espera.

“O isolamento precisa ter uma antessala para podermos lavarmos a mão e higienizarmos os materiais usados. Não podemos sair para se desparamentar e lavar a mão no corredor porque podemos estar contaminando o ambiente e correndo o risco de nos contaminar também”, disse uma funcionária.

Saiba tudo sobre o coronavírus, o que ele provoca e como se prevenir

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomenda que pacientes com sintomas suspeitos da Covid-19 não aguardem por atendimento com outros pacientes. Eles devem permanecer em espaço separado e bem ventilado. No Afonso Ramos, o que diferencia os sintomáticos é somente o uso de máscaras, segundo profissionais.

Ao LIBERAL, a administração municipal adiantou que nos próximos dias uma unidade anexa do pronto-socorro será liberada e utilizada exclusivamente para os pacientes que têm síndrome respiratória.

Sobre a falta de EPIs, técnicos de enfermagem sentem falta de aventais apropriados e óculos de proteção. Além disso, só há um termômetro, um oxímetro e um aparelho para medir a pressão, de acordo com os profissionais. Os médicos ainda dividem o mesmo banheiro dos pacientes.

“Dessa forma temos certeza que, além de a gente contrair, os pacientes também vão contrair e provavelmente vamos levar o vírus para dentro de casa. Nossa cabeça está quente o tempo todo. A maioria já não está conseguindo dormir de tanta preocupação”, disse uma técnica de enfermagem.

O médico e professor associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Plínio Trabasso, defende que haja um aparelho, como medidores de pressão, para cada paciente no caso de uso frequente ou a desinfecção constante se o uso for moderado.

Confira aqui as iniciativas para doação de alimentos e produtos na região e ajude quem mais precisa

“Já o uso de roupa privativa tem sido indicado em enfermarias específicas para tratamento de Covid-19, tais como UTIs, pronto-socorros, enfermarias específicas, etc. Isso evita que o profissional pegue transporte coletivo ou chegue em casa com vestimenta potencialmente contaminada”, acrescenta o médico.

A reportagem também apurou que faltou água durante boa parte do último domingo na unidade médica. “Já estamos em um momento estressante. A gente não consegue nem tomar um banho para evitar a contaminação. É frustrante”, disse outro profissional da unidade.

Publicidade