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Santa Bárbara

Filho diz que facada que matou contabilista foi ‘fatalidade’

Ele contou que a mãe tem transtorno bipolar grave e toma remédios; Clóvis Padoveze foi atingido pela esposa após discussão

Por George Aravanis

10 de abril de 2020, às 08h15 • Última atualização em 10 de abril de 2020, às 10h08

O advogado Amilcar Padoveze diz acreditar que a morte do pai, o contabilista Clóvis Luis Padoveze, de 68 anos, foi uma “fatalidade”. Clóvis morreu na terça-feira após levar uma facada da esposa, de 64 anos, na casa deles, no Residencial Furlan, em Santa Bárbara d’Oeste.

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A mulher, mãe de Amilcar, foi presa em flagrante e afirmou que agiu em legítima defesa porque o marido iria agredi-la. A Justiça a colocou em liberdade provisória no dia seguinte. Clóvis foi atingido na região da axila. A polícia aguarda o laudo para saber a causa exata da morte.

O advogado, que tem 42 anos e é o filho mais velho do casal (ele tem duas irmãs), conta que a mãe tem transtorno de bipolaridade grave e toma remédios.

Foto: Reprodução/Facebook
Clóvis chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos

Até ontem à tarde, o filho evitava tocar no assunto com ela, que custava a acreditar no que tinha acontecido. “Ela, basicamente, chora”, disse Amilcar, que estava com a mãe para evitar que ela fizesse alguma “outra coisa”. “A gente não sabe o que ela pode fazer para si mesma.”

Não houve testemunhas da briga, que aconteceu na hora do almoço. Os dois estavam sozinhos em casa. A mulher contou à polícia que eles discutiram por um motivo banal e que Clóvis foi em sua direção para agredi-la. Ela então o atingiu na região da axila com a faca que usava para comer. Depois, pediu ajuda a vizinhos. ”O pouco que a gente sabe é exatamente o que ela declarou”, disse Amilcar.

Clóvis foi enterrado anteontem, sem a presença da esposa, que só foi liberada pela Justiça mais tarde.

Amilcar contou que já houve outras brigas entre o casal, mas que não se lembra de agressões físicas.

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Segundo ele, o problema de saúde da mãe é antigo e em algumas ocasiões ela fica muito exaltada. “Mas sinceramente eu nunca imaginei que ia ocorrer essa fatalidade por qualquer motivo”, afirmou o advogado, que está encarando com dificuldade a situação, inclusive o contato com a mãe.

”Como filho é até meio bizarro essa coisa toda. A mãe aqui, e eu perdi o pai”, comentou.

Os dois, até agora, não falaram diretamente sobre o episódio. “Eu também não estou dando muita oportunidade para isso, porque eu não estou conseguindo ainda. “A gente, por enquanto vai fazer um dia de cada vez”, disse ele.

Genro de Clóvis, Ricardo Nascimento classificou o caso como uma “tragédia” que abalou muito toda a família. Ele lamentou o modo como a morte repercutiu e foi noticiada.

Segundo Nascimento, a impressão que ficou é que Clóvis era um agressor de mulheres e a esposa dele, uma assassina, o que em sua visão não é a verdade. “Nós achamos que foi uma fatalidade, não acreditamos mesmo que ela quis fazer isso, que ela quis causar a morte dele.”

Clóvis era doutor em Controladoria e Contabilidade e mestre em Ciências Contábeis. Foi professor de pós-graduação da Unimep e autor de vários livros sobre contabilidade.

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