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Caso Emily

Emily ficou em cativeiro e disse que passou fome

Emily Bello, de 11 anos, foi localizada em um posto da Praia Azul, em Americana, depois de ter caminhado por quilômetros

Por Rodrigo Alonso

10 de julho de 2020, às 08h04

A criança Emily Bello Soares da Silva, de 11 anos, encontrada viva nesta quinta-feira em um posto de combustível da Praia Azul, em Americana, foi mantida em cárcere privado e teria passado fome no cativeiro.

A criança estava desaparecida desde a madrugada do último domingo, quando saiu de casa, em Santa Bárbara d’Oeste, com um homem que aparenta ter pelo menos 30 anos. Esse suspeito foi quem manteve a criança em cativeiro e ele segue foragido.

Emily ficou em uma casa, mas disse não lembrar a localização do imóvel.

As investigações são conduzidas pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Santa Bárbara, que não forneceu nenhuma informação sobre o caso, pois o inquérito tramita sob sigilo.

Policiais militares foram contatados após Emily Bello Soares da Silva ser reconhecida – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A garota apareceu no posto de combustível por volta das 9h30 e perguntou ao gerente do estabelecimento, Durvalino Pereira Dutra, se estava em Santa Bárbara. “Pela aparência física me pareceu tudo bem, mas ela estava nervosa e desorientada”, afirmou o gerente.

Durvalino não sabia que se tratava da menina que havia desaparecido no domingo, mas outros funcionários logo perceberam quem era a criança. Depois, a PM (Polícia Militar) e familiares de Emily compareceram no local para buscá-la.

A garota contou, mais tarde, que caminhou por quilômetros, do cativeiro até o posto. Segundo Emily, o sequestrador a mandou sair da casa após ter visto, na televisão, uma reportagem sobre o desaparecimento dela.

A repercussão do caso o assustou, de acordo com a menina. “Ele falou que era melhor eu ir embora a pé porque ele estava com medo”, relatou.

Ela deixou o imóvel no meio da madrugada, andou até a Rodovia Anhanguera (SP-330) e seguiu as placas para Santa Bárbara, até o momento em que parou no posto da Praia Azul.

“Eu não tinha noção de onde eu estava e eu só fui andando por aí. Quando percebi, eu já estava na pista e vi que Santa Bárbara era depois de uns quatro quilômetros, por aí. Aí eu vim andando”, declarou Emily, que tomou chuva no caminho.

Durante o dia, a criança passou por atendimento médico no São Lucas Saúde, fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Americana e compareceu na DDM de Santa Bárbara.

Sumiço
Emily tinha sumido por volta das 0h30, na noite de sábado para domingo da casa dos avós, onde mora. Mais cedo, o pai dela, Cleberson Soares da Silva, viu um homem desconhecido com uma moto Honda Titan preta estacionada em frente ao imóvel.

Questionado pelo pai da menina, o motociclista comentou que estava esperando um amigo. Cleberson o mandou sair daquele local, e ele obedeceu. Depois, o homem voltou, e Emily saiu escondida para se encontrar com ele, segundo a família. Os dois teriam combinado o encontro pelas redes sociais.

Emily disse ter passado fome no cativeiro onde estava.

A menina de Santa Bárbara d’Oeste ficou em uma casa durante esse período, mas afirmou não lembrar a localização do imóvel. “Tinha uns biscoitos lá, mas eu fiquei com muita fome nesses dias”, declarou.

Ela contou que foi levada pelo sequestrador, aparentemente, para uma residência localizada dentro de um condomínio. Emily lembra ter passado por um pedágio no caminho para o local, na Rodovia Anhanguera (SP-330).

Segundo a menina, na casa, não havia mais ninguém além dela e do sequestrador. Ela disse que o homem a deixou sozinha por dois ou três dias.

Emily tinha acesso a uma televisão, pela qual viu reportagens sobre seu desaparecimento. Na residência, a garota viu uma foto de uma mulher e roupas femininas, mas não se deparou com nenhuma mulher nesse período.

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