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Santa Bárbara

Em um ano desde o 1º caso em Santa Bárbara, 76% das mortes por Covid foram de idosos

Em 9 de abril de 2020, o comerciante Claudinei Clemente testava positivo, se tornando o primeiro caso da doença no município

Por Leonardo Oliveira

09 de abril de 2021, às 07h43 • Última atualização em 09 de abril de 2021, às 08h36

Há exatamente um ano, Santa Bárbara d’Oeste confirmava o 1º caso do novo coronavírus (Covid-19). Desde então, a cidade teve 403 vítimas da doença, que matou, em sua maior parte, os idosos – 76,2% dos que vieram a óbito tinham 60 anos ou mais.

Os dados foram compilados pelo LIBERAL com base nos boletins epidemiológicos divulgados pela própria prefeitura até esta quinta.

O balanço foi feito com base nas informações de 400 mortes – a reportagem não conseguiu detalhes de três falecimentos, por conta de divergências nas divulgações feitas.

Ao todo, foram 13.185 casos confirmados da Covid-19 desde o início da pandemia. Os idosos concentraram 305 das vítimas – a reportagem considerou como da terceira idade pessoas com mais de 60 anos, definição estipulada pela Política Nacional do Idoso, em vigor com a lei federal 8.842, de 1994.

Dentre as mulheres, 81,3% das vítimas eram idosas – já os homens com mais de 60 anos representaram 72,2% do total de pacientes do sexo masculino que não resistiram às complicações.

Maria de Fátima Teli da Silva, de 63, foi uma das vítimas da Covid-19 na cidade – Foto: Arquivo pessoal

A dona de casa Maria de Fátima Teli da Silva, de 63, foi uma das pacientes que tiveram a vida interrompida por conta do novo coronavírus (Covid-19). Ela veio a óbito no dia 11 de março, no PS (Pronto-Socorro) Edison Mano.
Em entrevista ao LIBERAL, a filha dela, a dona de casa Dayse Correia da Silva, lembrou dos momentos de apreensão que viveu e da dor de perder sua genitora.

“Lembro de ligar no hospital e eles falarem ‘você pode vir aqui com os documentos da sua mãe?’. Aí você vai tendo um pingo de esperança que é uma UTI pra sua mãe, chega lá e fica sabendo que faleceu. Foi um dos piores dias da minha vida”, contou.

Outras tantas histórias como a de Maria de Fátima foram contadas pelo LIBERAL desde que o primeiro caso veio à tona, em 9 de abril do ano passado. O primeiro infectado foi o comerciante Claudinei Clemente, de 50 anos, morador do Jardim Mollon.

Claudinei foi o 1º caso confirmado do vírus da doença e oito dias após receber o diagnóstico positivo, faleceu em decorrência da Covid – Foto: Arquivo pessoal

Oito dias depois, ele também se tornaria a primeira vítima da doença. Após 15 dias internado em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Francisco, em Americana, ele não resistiu. Após um ano, a irmã dele, a aposentada Eliane de Oliveira Clemente Soldera, ainda não se conforma com a perda.

“Quero pedir para as pessoas continuarem se cuidando, fazer tudo o que for possível, porque é uma dor irreparável. Esse vírus é muito cruel, foi a coisa mais triste no mundo que eu já vivi, não poder ver meu irmão, não poder me despedir” .

A cidade e a região vivem o pior momento da pandemia, com recorde de casos e óbitos registrados no mês passado. Por isso, a prefeitura decidiu transformar o PS Edison Mano em unidade exclusiva Covid-19.

Também criou tendas para interligar o pronto-socorro ao Hospital Santa Bárbara, que recebe pacientes do SUS com o vírus. A administração chama a estrutura de “Complexo Covid-19”.

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