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Santa Bárbara

Em meio a polêmica, escola pede adesão a ensino integral

Pais dizem que o resultado de consulta com a comunidade não foi divulgado por diretoria de escola de Santa Bárbara d'Oeste e pedem transparência

Por André Rossi

16 de novembro de 2019, às 07h52

Em meio a críticas por conta de uma suposta falta de transparência, a Escola Estadual Irene de Assis Saes, no Jardim São Francisco, em Santa Bárbara d’Oeste, solicitou adesão ao PEI (Programa de Ensino Integral). A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Mães de alunos ouvidos pela reportagem e membros da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) afirmam que a direção da escola não divulgou o resultado da consulta feita com a comunidade escolar para saber se haveria interesse ou não em aderir ao ensino integral.
O parecer positivo da comunidade é um dos pré-requisitos para que o Estado considere a “candidatura” da escola. Sem esse aval, não há possibilidade de aprovação.

Foto: Reprodução / Google Street View
Escola Estadual Irene de Assis Saes, em Santa Bárbara, pediu adesão ao ensino integral

Em agosto, a Secretaria de Educação do Estado anunciou expansão do PEI. A expectativa da pasta é atender cerca de 100 unidades que tenham, em média, 500 estudantes cada.

De acordo com a responsável pela coordenadoria pedagógica do PEI, Bruna Waitman, todas as escolas interessadas precisavam entregar, obrigatoriamente, três documentos: o parecer do diretor, uma ata da reunião do conselho escolar e um registro da “vontade da comunidade escolar mais ampla”.

“Para o ingresso no programa, tem que ter adesão da comunidade escolar. Tem que ter essa documentação com o parecer positivo. Não é o único critério, mas um dos critérios é o desejo da comunidade”, explicou Bruna.

Os três itens em questão foram entregues pela direção da Escola Irene, mas o material ainda não foi apreciado pelo Estado. Não existe previsão para divulgação das escolas selecionadas.

“Eu recebi esses três documentos dessa escola (Irene) e estão em análise. A gente está passando documento por documento, olhando conteúdo por conteúdo. Como esse processo ainda está ocorrendo, não tenho uma posição pra você sobre o que consta neles”, afirmou Bruna.

CONSULTA

No final de setembro, o Estado disse que formou uma comissão para apurar as reclamações de mães de alunos sobre a forma como a consulta com a comunidade escolar foi realizada. A análise ainda está em andamento.

A primeira reunião na escola para debater o tema ocorreu no dia 27 de agosto e teria terminado sem uma definição. Posteriormente, a direção enviou um bilhete para os pais no qual era necessário informar o nome do aluno, a série em que está matriculado, assinatura do responsável e responder ‘sim’ ou ‘não’ para a pergunta.

“Caso a nossa escola faça parte do Programa de Ensino Integral em 2020, você teria interesse que seu (sua) filho (a) continue estudando aqui?”, questionava o bilhete.

O texto foi interpretado como uma “ameaça”, e não uma consulta. Um grupo de mães chegou a acionar o MP (Ministério Público), mas a representação foi indeferida.

Posteriormente, na ficha da rematrícula dos alunos, a escola questionava se os responsáveis tinham interesse no ensino integral. Mães ouvidas pela reportagem se queixaram de que o resultado não foi divulgado.

“Não estamos sabendo de nada. Sempre pergunto para a minha filha, mas eles (direção) não falaram mais nada”, disse uma delas, que pediu anonimato.

Integrante da diretoria estadual da Apeoesp e responsável pela subsede em Americana, Zenaide. Honório afirma que os pais foram “induzidos” a se posicionarem favoráveis a mudança.

“A Irene foi uma coisa mal feita porque a assembleia deu ‘não’ e depois ficaram de consultar os pais. Na consulta eles induziram a responder ‘sim’ porque deu a entender que se eles respondessem ‘não’ perderiam a vaga. Não sabemos se vai ser aprovada ou não, mas sabemos que a gestão encaminhou pedido para ensino integral”, pontuou a dirigente.

O LIBERAL ligou na escola na terça-feira e na quarta. Em ambos os dias uma secretária informou que não havia ninguém disponível para entrevista. As ligações na quinta-feira não foram atendidas.

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