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Santa Bárbara

Com alta perda de água, DAE de Santa Bárbara usa robô

Para tentar diminuir perda na distribuição, departamento em Santa Bárbara d’Oeste tenta encontrar solução na tecnologia

Por Leonardo Oliveira

07 de março de 2021, às 10h08 • Última atualização em 07 de março de 2021, às 10h12

DAE faz substituição de adutora de água tratada na região da Zona Leste - Foto: Divulgação - DAE Santa Bárbara

O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Santa Bárbara d’Oeste utiliza, desde o mês passado, um robô para monitorar vazamentos não visíveis na rede. Essa é uma estratégia para diminuir o índice de 57% de perdas na distribuição de água, o pior dentre as cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil).

Os dados são do SNIS (Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento), o mais importante ambiente de informações do setor de saneamento básico brasileiro, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Todo ano um estudo é divulgado com os dados coletados pelas prestadoras de serviço de cada município. A última atualização do documento foi em 2019, com dados referentes a 2018. Até aquele ano, o município barbarense apresentava o pior índice de perdas na distribuição de água.

Na sequência, aparecem Americana, com índice de perdas de 48%, Sumaré (43%), Hortolândia (35%) e Nova Odessa (31%). Quanto menor a porcentagem de recurso hídrico desperdiçado durante a distribuição, mais eficiente é o sistema que leva o recurso até as torneiras dos munícipes.

Essa perda acontece tanto por erros de medição e ligações clandestinas quanto por deficiência em adutoras. “São vários os motivos. A rede é enterrada, a tubulação sofre aumento e diminuição de pressão, então, ela vai se desgastando ao longo do tempo e criando perdas. Outro motivo é que as tubulações mais antigas, de ferro, acabam sendo corroídas”, afirma o especialista em saneamento e engenharia hidráulica, Antonio Carlos Zuffo.

O índice de perdas na distribuição registrado em Santa Bárbara também é maior do que a média do País (39,2%) e da região sudeste (36,2%). Limeira, com 12,3%, tem o melhor indicador do ranking.

“Em países de primeiro mundo essa perda pode chegar a, no máximo, 15%. Realmente, 57% é muito alto. Isso reflete o baixo custo da água”, acrescenta Zuffo.

Desde o início do mês, um núcleo formado pelo DAE de Santa Bárbara planeja ações para reduzir o desperdício. Dentre as iniciativas, houve a contratação de uma empresa para operar um robô que identifica vazamentos.

O equipamento atua no subterrâneo, percorrendo as galerias pluviais e filmando o trajeto. As imagens feitas detectam rompimentos na rede. Na última semana de fevereiro, o robô encontrou dois vazamentos brotando nas galerias pluviais da Vila Grego – os problemas foram consertados graças à tecnologia.

Também há o monitoramento de macromedidores, que identificaram aumento significativo nas vazões noturnas na Vila Brasil. São através de ações como essas que a autarquia deseja chegar ao índice de 25% de perdas de água.

Durante sua participação semanal na rádio Santa Bárbara FM 95,7, que pertence à prefeitura, o prefeito Rafael Piovezan (PV) admitiu que o índice é elevado, mas destacou as melhorias realizadas desde 2010, quando a perda de água era de 67%, segundo o chefe do Executivo.

Robô é usado para monitorar vazamentos – Foto: Divulgação – DAE Santa Bárbara

“A unidade de tratamento de lodo daqui a pouco entra em operação na Vila Aparecida, a adutora na Zona Leste da cidade também vai entrar em operação. Isso vai ajudando a gente. Os novos reservatórios já estão testados, preparados. É todo um sistema de obras que, às vezes, demora de um a quatro anos para gente colocar em prática”, comentou o prefeito, que foi superintendente do DAE na gestão passada.

Piovezan ainda citou investimentos de cerca de R$ 40 milhões na ETA (Estação de Tratamento de Água) e outras estruturas, como uma nova captação de água e substituições de adutoras. “Nós saímos de 67% e, hoje, acredito que a gente esteja muito próximo de 50%, e de baixar ainda mais”, acrescenta.

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