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Santa Bárbara

Aterro operou de maneira inadequada em 2018

Análise da Cetesb apontou problemas no espaço destinado ao descarte de lixo na cidade, dando nota de 3,5

Por Leonardo Oliveira

24 de julho de 2019, às 09h22 • Última atualização em 24 de julho de 2019, às 12h01

O aterro sanitário de Santa Bárbara d’Oeste é o único na RPT (Região do Polo Têxtil) que operou de maneira inadequada em 2018. A classificação é da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), com base no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos, divulgado nesta terça-feira.

Os 654 municípios do Estado tiveram suas estruturas inspecionadas por técnicos do órgão e receberam notas de 0 a 10 para o funcionamento.

Foto: Arquivo / O Liberal_27.4.2017
Aterro sanitário de Santa Bárbara recebe 171 toneladas de lixo todos os dias

A classificação do aterro barbarense, que é administrado pela empresa Forty Construções e Engenharia, foi de 3,5, abaixo da “nota de corte” de 7. Falhas operacionais, relativas à compactação e recobrimento dos resíduos, afloramento de chorume e drenagem de gases foram algumas das causas da nota, informou a Cetesb ao LIBERAL.

Por conta disso, o município foi multado em R$ 51 mil em novembro do ano passado e recebeu uma cartilha do órgão com exigências para regularização.

Questionada, a Secretaria de Meio Ambiente de Santa Bárbara informou que vai pedir uma revisão da nota.
“Os acontecimentos pontuais da operação foram devidamente sanados e, durante este período, o município manteve o tratamento correto dos resíduos”, afirmou.

A Forty disse que se tratou de um problema pontual e que foram realizadas adequações no local, informação confirmada pela companhia.

O engenheiro responsável na empresa, Walter Jorge Paulo Filho, afirmou que as vistorias feitas ocorreram em períodos de fortes chuvas.

“O excesso de chuva faz com que você não consiga usar a terra e compactar [o lixo], porque é barro, e só pode compactar na seca. Então, você não consegue cobrir o aterro”, disse ao LIBERAL.

Para o químico da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP), Arthur Roberto Silva, falta gerenciamento nos aterros.

“O principal impacto é a poluição ambiental. A legislação é excelente, o que falta é operar esses aterros de forma correta, com todos os cuidados de engenharia que um aterro sanitário precisa”, comentou. “Tem que ter compactação do lixo, cobertura diária do lixo depositado, drenagem, queima de gases, e queima dos líquidos”, afirmou

Em 2016, o município já havia sido incluído na lista dos “irregulares”, com 1,8 de avaliação. Isso aconteceu na época porque o lixo começou a ser depositado em área sem licença ambiental, devido ao esgotamento da capacidade do aterro. Diariamente, o aterro barbarense, que fica na Estrada dos Italianos, recebe 171 toneladas de resíduos sólidos.

No ano seguinte, a Cetesb emitiu a licença de operação, autorizando o despejo de lixo no espaço. Com isso, o serviço voltou a ser avaliado positivamente em 2017, quando recebeu 8,4 no IQR (Índices de Qualidade de Aterro de Resíduos).

Uma vistoria ao aterro foi feita pela Cetesb em março deste ano. De acordo com o órgão, foram constatadas adequações, como cobertura do lixo, encaminhamento do chorume para a lagoa de tratamento e a correta drenagem de gases, mas a avaliação de 2019 só será divulgada em 2020.

Na contramão de Santa Bárbara, as outras cidades da região têm seus aterros sanitários bem avaliados no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos. Americana, Hortolândia, Nova Odessa e Sumaré registraram melhoria no serviço em 2018.

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