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Santa Bárbara

Após perda de bebê, gestante acusa negligência em atendimento

Mulher diz que consultas foram desmarcadas e que não conseguiu fazer ultrassom na rede em Santa Bárbara

Por Leonardo Oliveira

27 de março de 2021, às 09h36 • Última atualização em 27 de março de 2021, às 09h51

Cintia reclama do atendimento recebido na UBS do Planalto do Sol 2, em Santa Bárbara d’Oeste, durante o pré-natal - Foto: Google Maps

A atendente Cintia Barbosa Gomes da Silva, de 28 anos, vive uma das piores semanas de sua vida desde a última terça-feira, quando descobriu que havia perdido seu bebê. Ela reclama do atendimento recebido na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Planalto do Sol 2, em Santa Bárbara d’Oeste, durante o pré-natal.

Em entrevista ao LIBERAL a mulher contou que, desde que descobriu que estava grávida, em setembro de 2020, encontrou problemas para receber o suporte necessário. Dificuldade para conseguir um ultrassom e consultas desmarcadas estão entre as acusações feitas.

Cintia está internada desde a última segunda no Hospital Santa Bárbara. No dia seguinte, descobriu que o bebê já estava sem vida e, desde então, aguardava por um cesárea para a retirada do feto. A equipe médica primeiro tentou induzir o parto natural, sem sucesso. Nesta sexta, a cirurgia aconteceu e ela se recupera para poder voltar para casa.

A atendente estava grávida desde julho do ano passado, embora tenha descoberto dois meses depois. Cintia diz que teve que pagar do próprio bolso para fazer o primeiro ultrassom do pré-natal, pois não conseguia na rede pública.

Em 15 de dezembro, passou por nova consulta, e a médica teria pedido que agendasse a realização de um ultrassom morfológico, para detectar possíveis malformações. Segundo Cintia, esse ultrassom nunca foi marcado.

Ela também acusa a equipe da UBS de ter entregue um encaminhamento de uma consulta para uma pessoa que ela nem conhecia. “Em vez de entregar para minha mãe, entregaram para um homem que eu nem conheço”, disse.

Segundo Cintia, uma consulta médica marcada para o último dia 9 não aconteceu, mesmo após ter sido remarcada. “Eu liguei lá e perguntei qual era o horário, porque não deixaram avisado para o Pedro [marido dela], aí falaram que não ia ter mais a consulta, que iam ligar avisando quando tivesse disponibilidade”, acrescentou.

Na quinta, a atendente começou a sentir dores e foi para o Hospital Santa Bárbara. Um ultrassom teria indicado que o bebê estava “bem”, por isso ela recebeu alta. Na segunda, com dores ainda mais fortes, retornou para a unidade e fez um novo exame, que indicou que o feto não tinha batimentos cardíacos.

“Você se submeter a um processo longo e doloroso para poder tirar uma filha do seu corpo que nem viva está, é horrível. Você olhar a criança das outras mães e estar sem a sua, sabe, é uma coisa que não tem explicação”, disse em entrevista ao LIBERAL.

RESPOSTA. Questionada, a Secretaria de Saúde de Santa Bárbara afirmou que, de acordo com avaliação médica, não haviam elementos que apontassem para uma gestação de alto risco, por isso ela fez o pré-natal na UBS. “Em relação à consulta, a mesma foi remarcada devido a remanejamento médico, sendo reagendada para o dia 18/03, no entanto a paciente não compareceu”, completou.

Ainda informou que o ultrassom morfológico é agendado após a classificação para as gestantes com maior risco. Disse ainda que o caso será submetido para a Comissão de Investigação de Óbitos do Município para avaliação.

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