28 de março de 2024 Atualizado 00:13

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Santa Bárbara

Após mudança, coletores de Santa Bárbara trabalham sem contrato

Profissionais ouvidos pelo LIBERAL apontam que existe o risco de não serem contratados em definitivo e nem sabem quanto vão ganhar de salário

Por André Rossi

19 de fevereiro de 2020, às 08h09 • Última atualização em 19 de fevereiro de 2020, às 09h39

Os coletores e motoristas do Consórcio Santa Bárbara d’Oeste – que assumiu a coleta de lixo e a administração do aterro sanitário da cidade no último sábado – estão trabalhando sem contrato e sem saber ao certo quanto vão ganhar. Existe ainda o risco de não serem contratados em definitivo, já que o resultado dos exames médicos feitos na semana passada ainda não ficaram prontos.

O cenário foi relatado por cinco profissionais ao LIBERAL durante a tarde desta terça-feira. No total, são 30 coletores e 10 motoristas. O Sindicato dos Condutores de Americana e Região disse que não tinha conhecimento da situação e que vai verificar.

Receba as notícias do LIBERAL pelo WhatsApp. Envie uma mensagem para ser adicionado na lista de transmissão!

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Diversos bairros ficaram com a coleta prejudicada nos últimos dias

Os trabalhadores fizeram entrevistas e exames médicos na quarta passada no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e foram convocados na sexta.

“Só falaram pra gente que ia receber cartão alimentação, vale transporte. Salário não falaram nada. Os caras não sabem nem o que estão fazendo. Ninguém está registrado”, criticou um dos coletores, que pediu para não ser identificado.

Outro coletor se queixou de que eles receberam apenas um uniforme, composto por camisa, calça, tênis e um par de luvas. Um dos motoristas ouvidos pela reportagem ressaltou que a contratação não é garantida.

“Me ligaram na sexta-feira e no sábado comecei a trabalhar. Eles falaram que vão esperar os exames e se for aprovado no exame, aí que vai contratar. Estou vindo trabalhar porque preciso”, afirmou.

O contrato entre prefeitura e Forty terminou em 14 de janeiro. Um dia depois, o Consórcio Santa Bárbara d’Oeste, constituído pelas empresas LCP Serviços Ambientais e CTA Empreendimentos, venceu o pregão presencial. A Forty ficou na terceira colocação.

A prefeitura informou na quinta que a licitação estava em fase de homologação. Desde então, o LIBERAL questionou diversas vezes a administração para saber se o contrato foi, de fato, homologado, mas não houve resposta para essa e outras questões.

Diversos bairros ficaram com a coleta prejudicada, especialmente a região do Dona Regina. A situação começou a se normalizar na noite de segunda, mas alguns locais só foram atendidos ontem.

Outro lado

Responsável pela implantação do consórcio, Vinicius Ferencile admitiu que a contratação dos profissionais teve de ser feita às pressas porque não foi possível absorver em um primeiro momento os funcionários da Forty. O aviso prévio daqueles trabalhadores termina no dia 23 deste mês.

“Todos eles estão com documentação ok, todos serão registrados. Exame médico é o que falta para oficializar, com exceção dos motoristas, que tem que fazer exame toxicológico. Se o resultado acusar positivo, a gente não pode fazer admissão. Estamos fazendo testes com eles, isso é normal em qualquer local. Alguns irão agradar e alguns não irão. Vai permanecer quem estiver contente aqui”, afirmou Vinicius.

O representante do consórcio disse que já mandou confeccionar 200 jogos de uniformes, que serão distribuídos quando a equipe estiver fechada. Ele não soube informar se o contrato com a prefeitura já foi homologado.

“Isso eu peço, por favor, que vocês perguntem lá prefeitura. A gente cuida só da operação. Asseguro que toda a documentação foi enviada porque fui eu mesmo que entreguei”, disse.

O que a Prefeitura de Santa Bárbara não respondeu:

– O contrato com o Consórcio Santa Bárbara d’ Oeste foi homologado?
 
– A prefeitura tem ciência de que os trabalhadores estão atuando sem contrato?

– Existe previsão de contratação de funcionários da Forty? Quantos?

– Tivemos relatos de que os coletores que estão trabalhando desde sábado são “novatos” na função, e que estão tendo dificuldades físicas, além de terem feito jornada de 10 horas no domingo, e não 6 ou 8 horas. A prefeitura está fiscalizando o trabalho?

– O dono da Forty disse que a prefeitura deixou de pagar na última sexta um montante de R$ 600 mil, valor que teria sido acordado pelo mês de trabalho sem contrato. O valor será quitado quando?

– A Forty protocolou na semana passada um requerimento de impugnação da vencedora da licitação. Esse documento já foi analisado pela prefeitura? Qual a conclusão?

– Ainda existem bairros com coleta prejudicada?

Publicidade