O programa de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, em Santa Bárbara d’Oeste, foi exibido como um trabalho de sucesso em um documentário internacional pela KBS, emissora pública nacional da Coreia do Sul. O documentário foi transmitido em agosto no país e ainda não há previsão de exibição no Brasil.

A diretora Lygia Barbosa da Silva comentou com a administração municipal que foi procurada por parceiros da Coreia do Sul, que desenvolvem documentários sobre as questões do mosquitos, zoonoses e mudanças climáticas.

Após o contato da produtora coreana, a diretora começou a busca por um trabalho relevante na área, chegando à Santa Bárbara por indicação da pesquisadora Maria Anice Mureb Sallum.

O LIBERAL conversou com o prefeito Rafael Piovezan (PV), que também é biólogo e possui mestrado, doutorado e pós-doutorado em zoologia, pela Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).

Ele é o autor da pesquisa que analisa a relação da infestação do Aedes Aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, com as localidades que acumulam materiais recicláveis no município.

Rafael explicou que o trabalho colocado em prática no município desde 2013, quando assumiu a Secretaria de Meio Ambiente, se baseou em um amplo estudo desenvolvido por ele e mais outros três pesquisadores, publicado em 2019 na Parasites & Vectores, revista científica do grupo Nature.

“Com base em outros estudos desenvolvido por nós, conseguimos entender que um criadouro tem influência espacial sob aqueles que estão no entorno. Então, distribuímos armadilhas, chamadas de ovitrampas, e após três anos de coletas, conseguimos ter dados suficientes que apontavam influência dos locais que acumulavam materiais recicláveis nas infestações do entorno”, contou Rafael sobre o estudo.

Após assumir a Pasta, Rafael começou a pensar em ações que pudessem usar os recursos de maneira mais efetiva. “Desde quando assumi, fui orientador das ações no município. O trabalho de controle de dengue é dispendioso para o poder público, além de que ter os agentes visitando casa a casa é desgastante. Então, tínhamos em mente levantar ideias para usar os recursos da melhor forma”, comentou.

Desta forma, com apoio do poder público, foi criada a cooperativa de reciclagem “Juntos Somos Fortes”, onde os coletores armazenam os materiais de forma que não haja o acumulo de água.

Ele adiantou ao LIBERAL que a previsão é que a administração municipal ajude na criação e construção de mais uma cooperativa, chamada Recicoplast, ainda sem data definida para inauguração. “Queremos atrair cada vez mais pessoas”, completou.