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Saúde

Unidade de atendimento cardíaco irá para Santa Bárbara

Projeto para instalação de "centro do coração" em Americana, idealizado pela Funacor, deu errado e vai ser implantado na cidade vizinha

Por Marina Zanaki

17 de julho de 2019, às 09h17 • Última atualização em 17 de julho de 2019, às 11h23

O projeto de uma unidade regional de atendimento cardíaco em Americana, idealizada pela Funacor (Fundação Americanense do Coração), naufragou na cidade e vai funcionar em Santa Bárbara d’Oeste.

Segundo o presidente da entidade, o médico Ricardo Silveira, o centro será instalado em parceria com a Santa Casa de Misericórdia e a reforma está “em vias” de começar. O projeto é idealizado desde 2012.

O objetivo é que o centro seja referência para uma população de 1,1 milhão de pessoas na região. De acordo com Silveira, 60% dos atendimentos serão voltados ao SUS.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Centro seria construído em uma área na Avenida Engenheiro Edson José Bassette, no Residencial Trípoli, em Americana

O presidente da Funacor explicou que o centro deve oferecer cateterismo, procedimento que não há atualmente no SUS da região e que pode ajudar a salvar pacientes com infarto no miocárdio – maior causa de morte no País. O médico estima quase 7 mil infartos anualmente na região.

“Quando o paciente chega no hospital e está infartado você necessita que a hemodinâmica [cateterismo] seja feita no máximo em 4 horas e isso não tem em Americana, só em hospital privado. O que há é um tratamento alternativo ineficaz. Vai fazer o cateterismo uma semana depois, em São Paulo, porque é agendado”, explicou.

“O objetivo é oferecer para essa região um serviço cardiológico 24 horas para esses pacientes, e salvar vidas”, comentou o médico.

Silveira foi questionado sobre onde o centro deve funcionar, bem como o prazo e o custo total investido, mas preferiu não revelar as informações até que o projeto tenha início. Ele informou que as tratativas com a Santa Casa começaram há dois anos.

A reportagem não encontrou o presidente da Santa Casa, Aparecido Donizetti Leite, para comentar o projeto.

Tentativas

O centro seria construído em uma área na Avenida Engenheiro Edson José Bassette, no Residencial Trípoli, em Americana, concedida pela prefeitura em 2013.

Na semana passada, porém, o prefeito Omar Najar (MDB) enviou à câmara um projeto de lei que revoga a concessão do terreno. De acordo com a prefeitura, a decisão ocorreu porque não haveria mais sequência na utilização do espaço.

Silveira disse que foi informado pela prefeitura que essa área estava em um zoneamento que não permitia a construção de um centro médico. Uma mudança teria sido feita à época pelo ex-prefeito Diego De Nadai, mas seria inconstitucional, de acordo com as informações que o médico recebeu da prefeitura à época.

Nesta terça-feira, a prefeitura não confirmou a inconstitucionalidade. Procurado, o ex-prefeito disse que “não acredita” nas alegações e lamentou que o centro não será construído na cidade.

“Americana ia ser referência em estudos e tratamento do coração. Infelizmente, é mais um projeto que a cidade perde por ‘picuinha’, por falta de atenção à saúde da população e por falta de visão”, disse Diego.

Foi estudada a possibilidade de a unidade funcionar no piso superior do anexo do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana. A prefeitura faria a concessão e a Funacor seria responsável pela finalização da reforma, mas o projeto não vingou.

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