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Flexibilização consciente

Setor de produção de eventos relata dificuldades para manter a renda

Produtores de eventos tiveram que investir em novos setores ou se reinventarem para manter renda durante a pandemia

Por Natália Velosa*

01 de junho de 2020, às 08h18 • Última atualização em 01 de junho de 2020, às 09h34

Parado desde o início da quarentena no Estado de São Paulo, o setor de produção de eventos só poderá retomar as atividades na fase 5 do Plano São Paulo, a última etapa do modelo de flexibilização proposto pelo governo paulista.

Com esse cenário, quem vivia da produção de eventos na região de Americana precisou começar a investir em outros ramos ou em novas formas de comércio.

É o caso do proprietário da Hup Studio, Bruno Meneghel, que precisou pausar todos os eventos. A empresa era responsável pelo Hup Fest, festival de bandas independentes de Americana, e a solução que ele encontrou foi entrar no ramo alimentício de delivery.

Show da banda Zander no estúdio da HUP, em 2019 – Foto: Divulgação

“O que a gente fez para conseguir se manter foi a venda de camisetas com estampas nossas. Agora, a gente fez uma parceria com a Galático, que vende comidas veganas, e estamos realizando a entrega para eles”, explicou.

Quem também precisou encarar uma outra área para conseguir se manter foi o músico e baterista Eder Eichembergue. Ele costumava tocar em eventos e casamentos, atividades que não pode mais exercer durante a paralisação de festas, e também dava aulas do instrumento.

Mesmo antes da quarentena ele já tinha começado a investir na venda de produtos de limpeza para ter uma renda a mais e agora com a demanda em alta por conta do vírus, está investindo ainda mais nesse novo setor.

“Tenho mantido as aulas em vídeo e por apostilas em PDF, mas aproveitei para investir na área de higiene e limpeza, justamente por estar mais em alta por conta da prevenção do coronavírus”, contou.

No quintal de casa, o baterista Eder Eichembergue não deixa de praticar na quarentena – Foto: Divulgação

O produtor de eventos da Paschoalin Produções Artística, Gabriel Paschoalin, continua se reinventado no setor e adaptando os shows em lives, mantendo a parceria com patrocinadores e artistas.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Gabriel compreende a situação. “São muitas pessoas que trabalham na noite conosco que estão parados, sem renda. Mas sabemos que a saúde é muito importante e acreditamos que esse momento de isolamento e fechamento de locais, eventos e shows são necessários para evitar aglomerações”, ressaltou.

O mesmo está ocorrendo com a proprietária da Konkist Flores, Sônia Farinase, que trabalhava com decorações em festas e agora investe no setor de vendas de flores.

“A parte de eventos está parada, mas a floricultura está normal. Nunca vendi tanto na parte de flores. Estamos recebendo pedidos online para presentes ou jardinagem. Parece que todo mundo nessa quarentena resolveu fazer uma hortinha”, completou.

* Estagiária, sob supervisão de Talita Bristotti

Podcast Além da Capa
O novo coronavírus representa um desafio para a estrutura de saúde de Americana, assim como outros municípios da RPT (Região do Polo Têxtil), mas não é o primeiro a ser encarado. H1N1, dengue, malária, febre maculosa. Outras doenças também modificaram rotinas, exigiram cuidados além do trivial – ainda que não tenha havido quarentena, como agora – e servem de experiência para traçar paralelos com o atual cenário. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com a repórter Marina Zanaki, que assina uma série de reportagens sobre outras epidemias em Americana.

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