IMPOSTÔMETRO
RPT pagou R$ 833 milhões em tributos durante o ano passado
Estimativa da Associação Comercial de São Paulo inclui impostos, taxas e contribuições; valor pago nas cinco cidades da RPT é 3,7% maior que o de 2018
Por Marina Zanaki
03 de janeiro de 2020, às 19h04 • Última atualização em 03 de janeiro de 2020, às 22h29
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/regiao/rpt-pagou-r-833-milhoes-em-tributos-durante-2019-1129480/
Os contribuintes das cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil) pagaram R$ 833 milhões em impostos ao longo de 2019. A estimativa é do Impostômetro, ferramenta da Associação Comercial de São Paulo.
Em relação aos números do ano passado, o recolhimento de tributos aumentou 3,7% na região. Segundo a associação, foram pagos R$ 803 milhões em 2018. Os números do ano retrasado são definitivos e não mais uma estimativa, de acordo com a entidade.
A cidade que recolheu mais tributos no ano passado foi Hortolândia (R$ 246 milhões). Contudo, o maior aumento percentual em relação a 2018 foi observado em Americana (R$ 234 milhões recolhidos, crescimento de 8,4%).
Receba as notícias do LIBERAL pelo WhatsApp
O Impostômetro inclui impostos, taxas e contribuições, além de multas. Além disso, os valores estimados são atualizados após a divulgação oficial dos números reais. Assim, os tributos recolhidos por Americana em 2018 haviam sido estimados em R$ 237 milhões, mas caíram para R$ 216 milhões com os dados finais contabilizados.
Economista da associação, Marcel Solimeo explicou que o objetivo do Impostômetro é lembrar à população que ela é contribuinte. “O objetivo não é ser exato e sim se aproximar de uma estimativa e chamar atenção. A população tem direito de exigir contrapartida pelo que paga, o que não ocorre na prática, porque os serviços que recebe não são compatíveis com carga tributária”, declarou.
Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL
A entidade calculou que, durante os primeiros 153 dias do ano, os brasileiros trabalham apenas para pagar impostos e que o “verdadeiro” ano novo começa apenas no dia 2 de junho.
A associação lançou a campanha “Novo Ano Novo”, com uma petição on-line. Caso sejam atingidas um milhão de assinaturas, a entidade vai levar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para oficializar o dia 2 de junho como feriado nacional, como forma de ressaltar o valor pago em impostos até a data.
TRABALHADORES
Professor de Economia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, Cândido Ferreira da Silva Filho acredita que o aumento na arrecadação esteja ligado a dois fatores. O primeiro é um leve aumento na atividade econômica e o segundo um fortalecimento dos mecanismos para coibir fraudes no recolhimento de tributos.
“A minha opinião é que população paga muito imposto e principalmente a população trabalhadora é a que mais paga. Qual o imposto que você mais arrecada no Brasil? O ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), imposto que está no preço das mercadorias. E quem compra é o consumidor final”, afirmou o economista.