Região
Região registra alta de 84% em queimadas perto de rodovias
Incêndios nos trechos do Sistema Anhanguera-Bandeirantes saltaram de 44, em 2019, para 81 em 2020, de acordo com informações da concessionária que administra as rodovias
Por Natália Velosa
27 de junho de 2020, às 08h33 • Última atualização em 29 de junho de 2020, às 14h00
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/regiao/regiao-registra-alta-de-84-em-queimadas-perto-de-rodovias-1243093/
O número de queimadas registradas neste ano nos trechos do Sistema Anhanguera-Bandeirantes da RPT (Região do Polo Têxtil) cresceu 84% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Dados da CCR AutoBAn, que administra as rodovias, mostram que o trecho de Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré registrou, de janeiro a maio de 2020, 81 ocorrências de focos de incêndio e, no mesmo período de 2019, 44.
Segundo a concessionária, alguns fatores podem ter contribuído para o número ter praticamente dobrado, como as condições climáticas secas, a proximidade de trechos urbanos e a ação humana, como bitucas de cigarros arremessadas e a utilização do fogo para limpeza de terrenos.
O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) mostrou que a média de chuvas da RMC (Região Metropolitana de Campinas) deste ano tem sido 30% abaixo do esperado. Além disso, em abril a região não apresentou nenhum registro de chuva.
O pneumologista e coordenador do Ambulatório de Doenças Intersticiais Pulmonares no Hospital de Clínicas da Unicamp, Ronaldo Macedo, explicou que as queimadas reduzem mais ainda a umidade do ar, que já está seco, o que prejudica inclusive pessoas que não possuem problemas pulmonares, como a asma.
Para aqueles que possuem, as queimadas podem antecipar uma crise. “Precipitar um asmático, por exemplo, a ter uma crise, leva ele a ter que procurar um hospital no momento em que estão cheios por conta da pandemia, e as chances de ter contato com alguém contaminado com a Covid-19 no hospital é pior”, disse Ronaldo, ressaltando que o asmático pertence ao grupo de risco da doença.
O pneumologista alertou para manter a hidratação ativa neste período, pois com a via aérea seca, facilita com que vírus e bactérias façam adesão.
As recomendações são: beber água, realizar lavagem nasal com soro fisiológico, umedecer o ambiente em que dorme com pano molhado, vasilha com água ou umidificador, além de optar por limpar o chão com pano úmido ao invés da vassoura.
*Estagiária sob supervisão de Diego Juliani