Região
Região não terá campanha antirrábica pelo segundo ano consecutivo
Zoonoses de Nova Odessa orienta população a procurar clínicas particulares para vacinar animais
Por Marina Zanaki
13 de agosto de 2020, às 18h41 • Última atualização em 13 de agosto de 2020, às 19h27
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/regiao/regiao-nao-tera-campanha-antirrabica-pelo-segundo-ano-consecutivo-1282827/
O adiamento da vacinação antirrábica, anunciada esta semana pelo Estado de São Paulo, pode deixar as cidades da região sem campanha pelo segundo ano consecutivo. A decisão do governo ocorreu em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Segundo a Secretaria do Estado da Saúde, a suspensão tem como objetivo evitar aglomerações e a circulação do coronavírus. A ação, que costuma ocorrer entre agosto e setembro, poderá ser reprogramada a depender do cenário epidemiológico do coronavírus, segundo a pasta.
Em 2019, houve problema nas remessas das doses por parte do Ministério da Saúde. Em Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa foi realizada apenas a vacinação de rotina em situações de contato com a doença.
A médica veterinária Paula Faciulli, coordenadora do setor de Zoonoses da Prefeitura de Nova Odessa, orienta que os proprietários levem os animais a clínicas particulares para tomar a vacina.
“É uma doença que não tem cura e a única maneira de controle é a vacinação, que deve ser anual”, afirma a coordenadora.
Rotina
A Prefeitura de Nova Odessa informou que recebeu na segunda-feira (10) uma nota técnica do Instituto Pasteur, órgão do governo estadual, informando sobre a suspensão.
“A nota enviada pelo Instituto Pasteur informa que será mantida a estratégia de rotina, que consiste em vacinar animais que tiverem contato com morcegos infectados e fazer a imunização em casos de foco da doença, quando houver cães e gatos com diagnóstico positivo. Nessas situações hipotéticas, os municípios precisam pedir a vacina ao Estado”, informou o município.
A Prefeitura de Americana informou que possui vacinas disponíveis para animais que possam ter tido contato com infectados. Contudo, é necessário programar a aplicação com o Centro de Controle de Zoonoses, já que o frasco comporta 25 doses e é preciso agendar para evitar perda de doses.
Em Americana, foram vacinados 9.991 cães e 2.048 gatos em 2018. Em 2019, com a vacinação de rotina, foram vacinados 701 animais.
Em 2018, ano da última campanha de vacinação realizada em Nova Odessa, foram imunizados 7.495 animais, dos quais 6,2 mil eram cães e 1.295, gatos, de acordo com a coordenadora do Setor de Zoonoses.
Segundo a Prefeitura de Santa Bárbara, a campanha de 2018 imunizou pouco mais de 10 mil animais no município.
“Em SP, as ações de vigilância, prevenção e controle da raiva são constantes, e há mais de duas décadas foi eliminada a circulação da variante canina”, explica a diretora do Instituto Pasteur, Luciana Hardt.
Desde 1997, São Paulo não registra casos de raiva em humanos provocadas pela variante canina, e desde 1998 não há casos caninos e felinos. Há apenas registros pontuais de casos em morcegos, segundo a pasta estadual.
Caso
Americana teve um caso confirmado de raiva em morcego em abril de 2020. O animal foi encontrado no bairro Balneário Riviera, na região da Praia Azul, durante monitoramento de rotina, que consiste no envio para o laboratório de morcegos encontrados caídos ou mortos. Antes disso, a cidade não tinha registro da doença desde 2018.
As prefeituras de Hortolândia e Sumaré foram procuradas, mas não comentaram a suspensão da campanha este ano.