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Região

Procura por vestibulinho de escolas técnicas têm redução na pandemia

Segundo o Centro Paula Souza, que mantém as Etecs, queda na demanda pelo ensino tem relação com a pandemia

Por Ana Carolina Leal

24 de outubro de 2021, às 09h18 • Última atualização em 24 de outubro de 2021, às 09h19

Etec Americana tem grande oferta de vagas e cursos - Foto: Arquivo / Liberal

O número de inscritos no vestibulinho das Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) da RPT (Região do Polo Têxtil) caiu quase 30% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

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Para especialista em educação ouvido pelo LIBERAL e segundo o próprio Centro Paula Souza, que mantém as unidades, a queda está relacionada com os efeitos causados pela crise sanitária.

O vestibulinho realizado no primeiro semestre de 2019 nas cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa e Hortolândia teve 7.456 inscritos. No primeiro semestre deste ano, caiu para 5.283, uma redução de 29%. A queda começou em 2020, que teve 6.636 inscrições, 10% a menos que no ano anterior.

Todas as unidades mantiveram o número de vagas e, em alguns casos, como em Americana, houve aumento da oferta, com oscilação na demanda. Em 2019, as quatro unidades tinham juntas 1.880 vagas e neste ano, 2.072.

Na avaliação do Centro Paula Souza, a pandemia certamente contribuiu na decisão de alguns candidatos de adiar o sonho para fazer um curso técnico, mas ressaltou que não houve vaga ociosa nas unidades.

A doutora em educação Caroline Felipe Jango explica que a pandemia redimensionou a relação dos estudantes com as instituições de ensino. De acordo com ela, a cultura de valorização da escola e do estudo é um trabalho árduo que demanda o fortalecimento das políticas educacionais de acesso e permanência.

“Durante a pandemia nós tivemos uma ruptura desse processo. Isso se deu porque a escola é estruturada com base em tempos e espaços bem definidos, ou seja, o oferecimento da alimentação, equipamentos e recursos necessários para que o processo de ensino aprendizado aconteça. E durante a pandemia, fomos separados desse espaço e obrigados a duras penas construir outras formas de vínculo”, diz.

Além disso, explica Caroline, uma quantidade enorme de alunos, por necessidade, entrou no mercado de trabalho, reduzindo as possibilidades de se dedicar aos estudos.

“Os jovens precisam que seus pais, mães e responsáveis estejam empregados, que suas famílias tenham um mínimo de condições dignas de vida para que a dedicação ao estudo seja uma possibilidade efetiva”, destaca.

Atualmente, 2.454 alunos estão matriculados na Etec Polivalente de Americana, 913 em Hortolândia, 670 na unidade Ferrucio Humberto Gazzetta, em Nova Odessa, e 1.080 na Professor Dr. José Dagnoni, em Santa Bárbara d’Oeste.

Em Sumaré, também pertencente à RPT, a construção da sede está em andamento para implantação da unidade. Pela parceria do Centro Paula Souza com a Secretaria de Educação do Estado, o município conta com oferta de cursos técnicos e integrado na classe descentralizada, que é administrada pela Etec de Hortolândia.

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