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Consciência Negra

População negra ocupa 22% da força de trabalho na RPT

Para especialista em varejo e mercado de consumo, os números refletem o início de uma mudança positiva no mercado de trabalho do País

Por Da redação

20 de novembro de 2019, às 08h05 • Última atualização em 20 de novembro de 2019, às 09h36

Apesar de aumentar ligeiramente sua presença no mercado de trabalho de 2017 para 2018, enquanto a participação de brancos caiu, a população preta, parda e indígena ainda representa apenas 22% da força de trabalho na RPT (Região do Polo Têxtil). Em 2017, essa participação era de 21%.

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Já a quantidade da população branca que é empregada caiu de 69% para 67% neste período. Os números são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito em 2010, a RPT era composta por uma população 65,5% branca e 34,5% preta, parda e indígena.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Da esq. pra dir: as cooperadas Iracema de Araujo, Ilma Azevedo, Anakely Carvalho, Elisabete Matos, Marta Gama (à frente), Camila Assis e Ananda Rocha

Segundo Carlos Alberto Zem, especialista em varejo e mercado de consumo e professor de administração da Unimep, os números refletem o início de uma mudança positiva no mercado.

“O Brasil começa a colher resultados de ações administrativas adotadas em anos anteriores, que resgatam a inclusão dos negros no mercado de trabalho e em outros tipos de esfera”, justificou.

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Marta Gama, de 19 anos, trabalha na cooperativa de recicláveis “Juntos Somos Mais Fortes”, em Santa Bárbara d’Oeste. Ela conta que já teve dificuldade para encontrar trabalho.

“O que a gente sente é que na hora de contratar não acontece um racismo, mas uma exigência de padrão, que inclui boa aparência, cabelo liso, beleza, um estilo que eles já aprenderam a buscar e não encontram quando olham para algumas pessoas que nem a gente”, disse Marta, de 19 anos.

“Cor, estilo de vida e gênero não é e nem nunca foram sinônimos de capacitação profissional. Precisamos superar essas questões e nos preocupar com o que realmente importa, que é a abertura de espaço para que cada vez mais a diversidade e a inclusão façam parte das empresas”, defende Zem.

* Estagiária Maíra Torres, sob supervisão de João Colosalle.

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