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CRISE FINANCEIRA

Dívidas de mantenedor responsável pela Unimep chegam a R$ 478 milhões

Grupo mantenedor da universidade atua em três estados e entrou em recuperação judicial por conta de dívidas

Por Marina Zanaki

12 de maio de 2021, às 07h02 • Última atualização em 12 de maio de 2021, às 08h25

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul aceitou o pedido de recuperação judicial do grupo Educação Metodista, mantenedor da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). O passivo concursal, ou seja, as dívidas adquiridas pela instituição, está calculado em R$ 478 milhões. Desse montante, R$ 330 milhões se referem a créditos trabalhistas.

O endividamento foi a justificativa do grupo para desativar o campus de Santa Bárbara d’Oeste em fevereiro deste ano e reduzir os cursos oferecidos em Piracicaba. Além de São Paulo, o grupo tem atuação no Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Pela decisão que autoriza a recuperação judicial, a Metodista tem 60 dias para apresentar um plano de pagamentos. Esse processo será acompanhado por um Administrador Judicial, nomeado pelo juiz.

Diretor financeiro da instituição, Mauricio Fontoura explicou que a Educação Metodista aposta na implementação de um novo modelo de gestão e na desmobilização de ativos não-operacionais para pagar as dívidas.

Prédio em Santa Bárbara

Questionado sobre o prédio onde funcionava a Unimep de Santa Bárbara d’Oeste, na Rodovia Luiz Ometto, Mauricio disse que o grupo não descarta a venda do imóvel dentro do processo de recuperação judicial.

Uma parte do prédio foi cedida à Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste para instalação do Hospital de Campanha para atendimento de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19).

“Nesse momento não temos definição em relação a essa questão, está sendo considerado [o prédio em Santa Bárbara d’Oeste] porque hoje está desativado o campus. Mas não há definição”, indicou Mauricio.

Campus da Unimep em Santa Bárbara d’Oeste – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Mauricio afirma que a instituição está confiante na ação de recuperação judicial. Esse processo consiste em uma reordenação das dívidas de uma instituição na tentativa de evitar a falência.

“Temos total certeza que vamos entrar e sair o mais rápido possível da recuperação, a partir do reordenamento da forma de pagamento. Vamos conseguir fazer essas liberações e de fato transformar em recurso para quitação dos credores”, declarou o diretor.

“Todo esse processo vem para cumprir com as obrigações dentro desse contexto da continuidade da Educação Metodista, que é centenária, e na qualidade da prestação de serviços. Essa é a linha principal das ações”, finalizou Mauricio.

Estrutura

A Educação Metodista conta com 11 colégios e seis instituições de ensino superior. O grupo disse que vem sofrendo desde 2015 com a redução de alunos. A situação se agravou com mudanças nas regras do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), com o cenário econômico dos últimos anos e com a pandemia.

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