19 de abril de 2024 Atualizado 14:09

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Entrevista

Novo comando do Baep foca no treinamento e apoio à Polícia Militar

Neste primeiro semestre, o batalhão totalizou a apreensão de 97 kg de drogas e 109 pessoas presas

Por Cristiani Azanha

26 de junho de 2022, às 09h38 • Última atualização em 26 de junho de 2022, às 09h41

O 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) está perto de encerrar o primeiro semestre de 2022 com 109 pessoas presas e 97 quilos de drogas apreendidos. Atualmente, o efetivo do destacamento especializado, sediado em Piracicaba e com atuação nas cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), conta com aproximadamente 180 policiais militares que realizam uma rotina constante de treinamentos e atuações consideradas mais complexas.

Isso inclui confronto com o crime organizado com armas de grosso calibre e “gerenciamento de crises”, como o recente atentado em que um homem matou três pessoas e feriu outras três dentro de um ônibus de Piracicaba. O agressor foi algemado e preso pelo Baep.

Tenente-coronel José Antônio Golini Júnior esteve na Câmara de Americana – Foto: Igor Novack / Câmara de Americana

O tenente-coronel José Antônio Golini Júnior, que assumiu o comando do 10º Baep no último dia 1º, promete continuar com o treinamento que faz parte da rotina dos policiais. Ainda como major, ele atuou desde a criação, ainda como escola para policiais que fazem parte da atuação de ações especiais.

Agora, como comandante e promovido a tenente-coronel, Golini pretende dar continuidade aos trabalhos deixados pelos antecessores Fernando Aparecido de Souza e Edgard Marcos Gaspar. Enfatiza que a atuação em conjunto com as demais equipes da Polícia Militar é uma união de esforços contra a criminalidade, assim como as atividades realizadas com o Ministério Público, Polícia Federal e Polícia Civil.

📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Na última sexta-feira, o 10º Baep recebeu uma homenagem proposta pelo vereador de Americana Thiago Brochi (PSDB) pelas prisões de dois envolvidos em casos da Gangue da Hilux, há quase duas semanas, e concedeu entrevista ao LIBERAL.

LIBERAL. Como ocorreu a implantação do 10º Baep?

TENENTE-CORONEL GOLINI. Iniciamos nosso trabalho antes da criação do decreto. O projeto Baep foi muito bem desenvolvido por oficiais que atuaram. Foi focado para as cidades que fazem parte do CPI-9 e que estão divididas nos batalhões [entre eles o 19º BPM/I de Americana e 48º BPM/I de Sumaré], por meio de treinamento constante, para que pudessem servir mais conhecimento e capacitação para quaisquer demandas de ações especiais de polícia. Realizamos planejamento para atender melhor os policiais dos batalhões.

LIBERAL. Qual o perfil do policial do Baep?

TENENTE-CORONEL GOLINI. Primeiramente, precisa ser voluntário, precisa ter disposição para trabalhar para os policiais que estão no radiopatrulhamento do CPI-9. O trabalho do policial do Baep é de ser aperfeiçoar para servir em apoio ao policial que está 24 horas por dia atendendo ocorrências. Esse será o primeiro que chegará. O nosso policial precisa ter resiliência e capacitação para assumir ocorrências mais complexas.

LIBERAL. Qual o objetivo do 10º Baep no treinamento de policiais de Radiopatrulha e Ronda Escolar na atuação de eventuais atentados em escolas, por exemplo?

TENENTE-CORONEL GOLINI. Nós focamos no treinamento e aperfeiçoamento, mas de nada adianta se mantivermos esse conhecimento conosco. Temos a responsabilidade, por meio do comando do CPI-9, de fazer a difusão do conhecimento para o compartilhamento, pois eles (Radiopatrulhamento e Ronda Escolar) tem o contato com a região, seja por meio do contato com os alunos, população e necessidade com a sociedade.

Quando realizamos um treinamento, fazemos também uma troca de informações para uma eventual atuação que não é do dia a dia, mas pode acontecer.

Séries, filmes, games, quadrinhos: conheça o Estúdio 52.

LIBERAL. No recente caso, envolvendo um homem que matou três pessoas e feriu outras três em um ônibus em Piracicaba, como foi a atuação dos policiais?

TENENTE-CORONEL GOLINI. A ação dos primeiros policiais (Radiopatrulhamento) que chegaram no local foi perfeita. Naquele primeiro momento, o policial teve foco de conter o indivíduo e transformar aquela ameaça em crise dinâmica em estática para que a força que veio em apoio pudesse atuar e cessasse qualquer risco.

Conseguiram evitar que o indivíduo saísse do ônibus e entrasse em estabelecimento ou ferisse outras pessoas. As imagens desse caso mostram que entre a primeira abordagem até a detenção do indivíduo realizada pelo Baep não durou mais do que 10 segundos, mas nesse período uma infinidade de coisas passou pela cabeça dos policiais. Foi algemado, preso e levado para a delegacia.

Foi uma tragédia, mas poderia ser pior se não fosse pela destreza dos policiais militares. Enaltecemos isso e precisamos sempre melhorar a nossa capacidade de resposta à população.

LIBERAL. Atualmente, o Baep conta com Grupamentos de Canil em regiões como Sumaré, Rio Claro e Piracicaba. Como essa descentralização das equipes agiliza o atendimento?

TENENTE-CORONEL GOLINI. A atuação do Canil assim como o Baep é uma ferramenta e precisa estar disponível para o policiamento. Como o 10º Baep atende a 52 municípios, o Canil serve a mesma região. Diferente da atuação anterior, que ficava restrita aos batalhões das áreas. A gente consegue atender mais cidades e mais policiais empenhados nos atendimentos.

LIBERAL. Como ocorrem as atuações junto com os batalhões?

TENENTE-CORONEL GOLINI. O 19º BPM/I realizou o planejamento, por exemplo, durante o período da Festa do Peão de Americana. Foi direcionado o policiamento no local e nas demais áreas da cidade. Nós atuamos no período como apoio, sem alterar a atuação daquela região. É uma vantagem muito grande, pois o batalhão territorial não precisa retirar o policial de determinada área, nós suprimos essa demanda.

LIBERAL. Como é atuação em situações mais complexas? Visto que o 10º Baep apreendeu oito fuzis e uma metralhadora usadas no ataque à agência bancária em Botucatu, há dois anos.

TENENTE-CORONEL GOLINI. Não ficamos restritos à região de trabalho, também prestamos apoio em cumprimentos de mandados de prisões de outros órgãos. Temos Baeps em todos os CPIs do Estado, que atuam junto com as Polícias Civil, Federal e Ministério Público.

A população continua sendo atendida pela polícia local, enquanto para outras ações mais complexas em atuação temos viaturas blindadas, armamentos usados pelas maiores forças policiais do mundo, bem como treinamento contra o crime ultraviolento. Quando temos ação criminosa complexa em outra região, não há limite de atuação, visto que as equipes de diferentes localidades unem esforços.

Já atuamos em uma mesma situação com equipes de Campinas, Botucatu e Sorocaba. Ressaltando sempre que o policiamento nessas localidades permaneceu sendo realizado normalmente.

Publicidade