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Em janeiro

Em janeiro, mortes por coronavírus na região já batem quatro últimos meses

Especialista avalia que alta nos óbitos está relacionada com as festas de final de ano, e alertou para pressão na rede de saúde

Por Marina Zanaki

30 de janeiro de 2021, às 08h25 • Última atualização em 30 de janeiro de 2021, às 08h30

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) matou em janeiro mais do que nos quatro últimos meses de 2020 na RPT (Região do Polo Têxtil). Considerando a data do óbito, foram contabilizadas até agora 130 mortes no mês nas cinco cidades.

Em relação a dezembro, houve um aumento de 26% na região, já que 103 pessoas morreram por coronavírus no mês passado. Na comparação com novembro, que teve 40 óbitos, a mortalidade mais que triplicou. As mortes em janeiro também superaram outubro (65 óbitos) e setembro (129 mortes).

Americana registrou uma tendência de estabilidade em outubro e novembro, com 13 óbitos em cada mês. Com a aceleração do contágio em dezembro, foram 38 mortes. Em janeiro, a cidade registra 32 vítimas até o momento.

Santa Bárbara d’Oeste viu uma redução de mortes em novembro, quando registrou quatro óbitos pela pandemia. O contágio acelerou no mês seguinte, com 26 mortes. Em janeiro, a cidade perdeu 31 vidas. Sumaré contabilizou 33 mortes em janeiro, Hortolândia perdeu 30 moradores e em Nova Odessa foram quatro óbitos.

Pressão
Para o infectologista André Giglio Bueno, a disparada nos números da pandemia observada em janeiro já era esperada.

O médico, que integra o Observatório PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, avalia que o aumento de mortes corresponde ao período de incubação da doença relacionado às infecções que ocorreram entre o Natal e o Ano Novo.

“Há uma grande pressão sobre o sistema de saúde, hospitais com lotação máxima. Em Campinas, a média durante a semana ficou acima de 80%, e a região toda está dessa forma. Se continuar aumentando, a gente pode ter dificuldade de tratar adequadamente todos os pacientes”, afirmou.

O LIBERAL mostrou que uma paciente que havia dado entrada na UPA Macarenko, em Sumaré, no dia 22 de janeiro ficou aguardando uma vaga de UTI Covid-19 por quase uma semana. Ela só conseguiu ser transferida para um hospital em São Paulo na quinta. Segundo a filha da paciente, outras famílias também aguardavam transferência.

“Apesar de ser difícil conciliar interesses com parte do comércio com a saúde, as pessoas têm que entender que é momento de intensa circulação do vírus. Bares, restaurantes e academias são os piores locais pensando em risco de transmissão. É ruim para o setor, custoso, mas uma medida absolutamente necessária”, sustentou o especialista.

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