Acidentes
Mortes no primeiro semestre na SP-304 voltam ao patamar de 2014
Número de mortes na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), entre Americana e Piracicaba, volta ao patamar de 2014: uma por mês
Por Leonardo Oliveira
09 de julho de 2019, às 09h35 • Última atualização em 09 de julho de 2019, às 09h36
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/regiao/mortes-no-primeiro-semestre-na-sp-304-voltam-ao-patamar-de-2014-1039775/
A média mensal de vítimas fatais registrada nos seis primeiros meses do ano em acidentes na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), entre Americana e Piracicaba, é a maior desde 2014, de acordo com dados do 4° Batalhão de Policiamento Rodoviário. Foram seis mortes até o momento em 2019.
Como os dados do ano atual se referem a um recorte semestral, a média é de um óbito a cada mês – estatística igual só é encontrada em 2014, quando 12 pessoas morreram em acidentes na rodovia.
A marca de seis meses já é superior ao registrada em 2017 inteiro, por exemplo – naquele ano, cinco ocorrências fatais foram identificadas. No ano passado, houve aumento, com nove óbitos, mesmo número de 2015.
No total, foram 1.729 acidentes entre 2014 e 2019, com 49 mortes, no trecho da rodovia que passa pela região. A maioria deles poderia ter sido evitada, diz a Polícia Militar Rodoviária.
“Em grande parte dos casos, a causa dos acidentes está relacionada à imprudência, negligência ou imperícia dos condutores ou pedestres”, diz nota do órgão.
Para o mestre em transportes Creso Peixoto, professor de Engenharia Civil da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o uso da SP-304 como “avenida”, nos quais motoristas utilizam a rodovia para deslocamentos dentro do próprio município, afoga o tráfego e pode contribuir para os acidentes.
Além disso, outro problema é que essa prática mistura dois tipos de condutores no mesmo trajeto. O de mobilidade, que é aquele que viaja maiores distâncias, e o de acessibilidade, que se desloca geralmente para itinerários mais breves.
“São motoristas que tem visão diferente da estrada. A preocupação do primeiro é de ter mais atenção, a cabeça é diferente. Aquele que está voltando para casa não está pensando na rodovia, ele está pensando em chegar em casa logo”, explica Creso.
O especialista entende que a redução do limite de velocidade de 110 km/h para 90 km/h em alguns trechos pode aumentar a segurança na rodovia, sem prejudicar a fluidez do tráfego.
“Se você está em uma rodovia que tem muito tráfego de pessoas entrando e saindo, é como se você estivesse a menos de 90 km/h, porque você está toda hora freando. Cada vez que você freia, aumenta o risco de acidentes”, acrescentou.
Ao LIBERAL, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) afirmou que nos trechos urbanos da Luiz de Queiroz a velocidade baixa para 90 km/h.
Apesar disso, informou que um novo estudo será desenvolvido para avaliar os limites de velocidade praticados na via.
“Cabe ressaltar ainda que a velocidade regulamentada na via deverá ser sempre respeitada, igualmente a sinalização de trânsito vigente. O objetivo é garantir boas condições de segurança aos motoristas e usuários”, diz a resposta enviada à reportagem.
Anhanguera
A Rodovia Anhanguera (SP-330) – no trecho entre Americana, Nova Odessa e Sumaré – teve queda aproximada de 55% na média mensal de mortes em relação a 2014, quando foram 31 casos. Entre janeiro e junho, os dados mostram sete acidentes que terminaram com vítimas fatais.
As informações são da AutoBAn, concessionária que administra a via. Além disso, a média aproximada era de 77 acidentes por dia na rodovia cinco anos atrás – hoje, ela é de 54 casos a cada 24 horas.
A concessionária atribui a queda à implantação de vias marginais entre os km 103 e 120, com o objetivo de “segregar o tráfego urbano e o de longa distância, visando melhorar a fluidez do tráfego”.
Por outro lado, as sete mortes nestes seis meses de 2019 já igualam a estatística do ano passado todo, e o aumento tem a ver com o perfil das vítimas, segundo a empresa.
A AutoBAn afirma que 42% das ocorrências envolvem pedestres e que elas aconteceram em áreas próximas a passarelas e viadutos com calçadas.