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Crise

Lojistas descrevem fiasco nas vendas para o Dia das Mães

Shoppings da região apostaram no sistema drive thru como alternativa, mas procura por produtos tem sido muito baixa

Por George Aravanis

09 de maio de 2020, às 08h48 • Última atualização em 09 de maio de 2020, às 10h24

Shoppings da região apostaram no sistema de drive-thru para reduzir o impacto da quarentena na semana do Dia das Mães, mas lojistas ouvidos pelo LIBERAL relataram que as vendas foram um fiasco até ontem.

O modelo permite que o cliente entre em contato via WhatsApp ou telefone com o comércio, encomende o produto e vá buscar no estacionamento, sem entrar no shopping.

No sistema drive-thru pagamento pode ser feito online ou na hora – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O movimento nas lojas contatadas pela reportagem não chegou nem a 10% do que seria esperado para este período do ano se não fosse a pandemia.

“Não vamos conseguir nem 2% da nossa meta”, disse Vanessa Britto, gerente de uma loja de bolsas, botas e acessórios no Tivoli Shopping.

Vanessa contou que a unidade, de uma marca de rede, até ofereceu descontos maiores que o normal, mas não adiantou.

“Está horrível, não tem uma coisa mais clara para falar”, relatou a vendedora de outro estabelecimento.

Ana Karen Fernandes Lima, gerente de uma loja de perfumes no Shopping Hortolândia, contou que só conseguiu vender o primeiro produto da semana na quinta-feira.

Débora Vieira, proprietária de um comércio de bolsas e acessórios no mesmo centro comercial, disse que também ficou alguns dias sem faturar nada.

A comerciante conta que ainda não tinha um sistema efetivo de vendas online, e que, por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), teve de colocá-lo em prática “na marra”. Infelizmente não foi como a gente esperava”, lamentou a lojista.

Adriana Ferreira, uma das proprietárias de uma loja de cosméticos no ParkCity Sumaré, diz que as vendas têm representado apenas cerca de 5% do que o comércio faturou nos primeiros meses do ano.

“Por mais que o shopping tenha divulgado, tivemos pouca procura. O pessoal realmente está segurando um pouco pra gastar”, afirmou.

No sistema drive-thru adotado pelos três shoppings, o pagamento pode ser feito antes, por meio online, ou na hora da entrega, dependendo do comércio.

Pesquisa da Fecomércio SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) prevê uma queda de 31% nas vendas nos dez primeiros dias de maio nos segmentos mais ligados à data em 30 cidades da região de Campinas, incluindo as da região, em comparação com o mesmo período de 2019.

Em algumas áreas, a queda projetada é mais drástica – 73% a menos nas lojas de roupas, tecidos e calçados, e de 92% em comércios de móveis e decoração.

A reportagem procurou os três shoppings antes de ouvir os lojistas e perguntou sobre expectativas de vendas. O Tivoli informou que não comenta.

O shopping de Sumaré afirmou que, como é a primeira experiência neste modelo, não seria possível informar expectativas. O Shopping Hortolândia disse que monitora o dia a dia, mas que ainda não tinha números para passar.

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