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Mercado

Impulsionada por moto, venda de veículos é a maior em 5 anos na região

Aumento na venda de motocicletas é explicado, na visão de especialista e gerente, pela busca por economia e praticidade do dia a dia

Por George Aravanis

07 de janeiro de 2020, às 08h19 • Última atualização em 07 de janeiro de 2020, às 08h33

Impulsionado pela venda de motocicletas, o emplacamento de veículos novos cresceu 8,2% na RPT (Região do Polo Têxtil) em 2019, o maior número desde 2014. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

No ano passado, foram emplacados 17.370 veículos 0 km de todos os tipos nas cinco cidades da região. O crescimento é semelhante ao observado em todo País, que registrou alta de 8,65% na quantidade de emplacamentos, também o melhor resultado em um período de cinco anos.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Região registrou aumento na venda de motos

A venda de motos cresceu 27,9% na RPT, enquanto a de automóveis de passeio teve ligeira queda (-1,6%). O emplacamento de comerciais leves (picapes e furgões) teve alta de 16,8%. Porém, somados os dois segmentos, a venda ficou praticamente estagnada (alta de 0,4%). Para economista e gerentes de lojas de veículos, a elevação na procura por motocicletas é resultado da busca por uma maior economia.

“O mercado foi bem aquecido ano passado em relação à motocicleta devido ao aumento de preço do combustível”, afirma Lia Alpino, gerente de uma revendedora autorizada em Americana, que disse que seus clientes buscavam, além da economia, uma maior praticidade no dia a dia.

Para Wagner Luís da Silva, gerente de outra concessionária na cidade, que também registrou aumento em sua loja, boa parte de seu público queria gastar menos ao comprar uma moto.

É o caso do vigilante noturno Ariovaldo Mielke, de 63 anos, que adquiriu uma moto 0 km no fim de dezembro e deve receber hoje a encomenda. Dono de uma Caravan 2.5 l, ele adquiriu uma Yamaha Fazer de 250 cilindradas que, calcula, roda 30 quilômetros com um litro de gasolina. “Eu gasto mais de R$ 800 de álcool na Caravan”, afirma Mielke.

Para Cândido Ferreira da Silva Filho, professor de Economia da PUC-Campinas, a lentidão na recuperação econômica desestimula a compra de carros. “O custo da manutenção é muito maior que o da motocicleta.”

Além disso, aponta o economista sobre o tema, a moto é uma opção para muita gente que, em virtude da crise, precisa encontrar novas formas de trabalho e entra, por exemplo, no mercado de entregas.

Em Americana, a venda de carros de passeio caiu de 4.306 veículos para 4.194. A de comerciais leves cresceu 30,5% (de 455 unidades para 594). Porém, se somados os dois segmentos, o comércio ficou praticamente estagnado, assim como na região: aumento de 0,57%.

Vitor Valentim Juliani, dono de uma loja de 0 km e seminovos, diz que observou queda de cerca de pelo menos 30% em seu estabelecimento. “Foi um ano bem atípico.”

Apesar do crescimento em 2019, a venda de veículos ainda está bem aquém do que foi registrado em 2014, quando foram emplacados 22.739 veículos na RPT.

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