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Paralisação

Governo estadual vai descontar dias de greve dos professores

Sindicato explicou que a categoria não está se negando a trabalhar e pede pela continuidade das aulas remotas

Por Marina Zanaki

08 de fevereiro de 2021, às 16h03

Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares disse que os dias de greve dos professores da rede pública serão considerados como falta e, portanto, haverá desconto. A categoria decretou greve a partir desta segunda-feira (8), contra o retorno presencial das aulas na rede.

Presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de Americana, Zenaide Honório lembrou que os professores que aderiram à greve foram orientados a procurar as escolas nesta segunda-feira e protocolar um requerimento para continuar com o trabalho remoto.

Secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares disse que até o momento a adesão foi baixa – Foto: Governo de São Paulo

“Não estamos nos negando a trabalhar, estamos pedindo para continuar em trabalho remoto. Mas se ele (Rossieli Soares) não considera trabalho remoto como trabalho, quem sou eu? Ele que é o patrão”, disse a professora ao LIBERAL. “Desde que me entendo por professora e faço greve, nunca não foi descontado um dia de paralisação, nunca”, finalizou a sindicalista.

Rossieli disse que a adesão no Estado foi baixa e que nenhuma escola deixou de abrir por falta de profissionais. O sindicato disse que não seria possível passar um levantamento da adesão na região, justamente pois nesta segunda-feira os professores que entraram em greve iriam manifestar a adesão por meio do requerimento. Zenaide disse que acredita que a adesão na região não tenha sido alta.

No informativo divulgado à imprensa, a Apeoesp lembrou que a greve neste momento é pelo “direito de ficar vivo e direito à vacina na primeira fase”. “A comunidade escolar deveria ficar ao nosso lado, pois não estamos defendendo somente o lado do trabalhador, mas também dos estudantes. As crianças podem ser assintomáticas e podem levar o vírus pra casa”, trouxe o texto oficial do sindicato.

O secretário argumentou que em nenhum país da Europa ou da América do Norte o retorno às aulas presenciais esteve condicionado à vacinação completa.

“Os professores estão no Plano Nacional como uma das prioridades. À medida que o país e São Paulo tiverem mais vacinas, obviamente é uma prioridade para a gente. Mas temos que preservar as vidas e o cronograma, e voltar com segurança”, sustentou Rossieli.

“Se o sindicato quiser sentar, conversar e negociar, deve ser à base de como deve ser o retorno seguro, e não condicionado somente à vacinação”, finalizou o secretário.

Zenaide afirmou que as escolas estaduais não têm condições de realizar um retorno seguro.

“Com a infraestrutura que temos nas escolas não tem segurança sanitária nenhuma, não tem funcionário que dê conta nas unidades escolares. O governo mandou dinheiro, mas não era para contratação de funcionários, em muitas unidades escolares os professores estão fazendo o serviço de higienização. Não estou desmerecendo o trabalho de quem faz esse serviço, mas essa não é a função do professor”, argumentou Zenaide.

Contaminações fecham escolas
Sete escolas do Estado de São Paulo ficaram fechadas nesta segunda-feira de retorno presencial, pois registram casos do novo coronavírus (Covid-19).

Duas unidades ficam na capital paulista e as demais no interior – a Secretaria de Educação foi questionada, mas não informou se alguma escola da RPT (Região do Polo Têxtil) foi afetada.

Rossieli Soares disse que a pasta deve fazer uma atualização semanal às terças-feiras da situação na rede estadual em relação à contaminações por Covid-19.

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