18 de abril de 2024 Atualizado 22:58

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

ESTELIONATO

Criminosos usam perfis de dentistas para aplicar golpes em Americana e Santa Bárbara

Contas no Instagram foram hackeadas e há registro de vítimas que perderam até R$ 4 mil em falsa venda

Por Maria Eduarda Gazzetta

16 de dezembro de 2021, às 20h42 • Última atualização em 17 de dezembro de 2021, às 09h36

Talita Rigueto diz que pelo menos dez de seus pacientes fizeram PIX – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Pelo menos duas dentistas de Americana e Santa Bárbara d’Oeste tiveram as contas nas redes sociais hackeadas por estelionatários nesta semana. Como parte do golpe, os hackers criaram falsa venda de diversos eletroeletrônicos pelas redes sociais invadidas.

Seguidores das contas, acreditando se tratar das dentistas, compraram alguns itens, e pelo menos uma das vítimas perdeu R$ 4 mil.

A dentista Daniela Aparecida Lima Melano contou à reportagem que na segunda-feira recebeu, pelo Instagram, uma mensagem que continha um link, mas suspeitando se tratar de um golpe, ignorou. Algum tempo depois, ela percebeu que sua conta no Instagram, sua página no Facebook e seu e-mail tinham sido hackeados.   

Foi então que a profissional começou a receber ligações de pacientes perguntando sobre a venda de eletrodomésticos e celulares anunciada na rede social dela. “Falei que se tratava de um golpe e fiquei muito nervosa com o que estava acontecendo”, comentou.

Ela conseguiu recuperar as contas no fim de terça-feira, mas adiantou se sentir impotente com a situação. “Além de sentir que a minha vida foi invadida, é um desgaste emocional. Me senti bastante desprotegida e posso te dizer que não tenho mais confiança nas redes sociais”, disse a dentista, que conta com pouco mais de 17 mil seguidores no Instagram.

Cirurgiã dentista de Americana, Talita Ferraz Rigueto também teve a conta hackeada. Ela contou que, na terça-feira, recebeu uma mensagem pelo Instagram de uma conta que se passava por uma empresa de produtos odontológicos, com um link. “Cliquei e depois de minutos não conseguia acessar mais nada”, contou.

Assim como a colega de profissão, Talita começou a receber ligações pelo celular de seguidores e pacientes. “Eu falava: ‘gente, não compre nada, é um golpe’. Mas, mesmo assim, muitas pessoas acabaram caindo. Acho que pelo menos uns dez pacientes meus fizeram PIX”, disse.

“Isso acabou comigo, não vou mentir. Eles estão aproveitando da credibilidade dos meus pacientes e da confiança que eles têm em mim. Demorou tanto tempo para conquistar [a credibilidade] e tudo está indo por água abaixo”, disse Talita, que reune 14 mil seguidores no Instagram. Até esta quinta-feira, o perfil da dentista ainda estava hackeado.

Entre as vítimas, está a paciente de Talita, Laís Quagliato Taranto Osmare. Ela estima um prejuízo de R$ 4 mil. Laís pagou por uma lavadora, uma geladeira e uma televisão – o valor deste último seria repassado pelo sócio do marido.

📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Laís fez um PIX com valor das mercadorias e resolveu confirmar com a dentista sobre os itens, quando percebeu que se tratava de um golpe. “A gente faz tanto sacrifício na vida e, de repente, todo nosso dinheiro vai em dez minutos. Não desejo isso para ninguém”, relatou.

O que diz o Instagram
As profissionais relataram que entraram em contato com o Facebook e Instagram para tentarem recuperar as contas, mas não tiveram retorno. O Instagram respondeu ao LIBERAL que a empresa faz uso de sistemas para detectar e impedir a ação de pessoas mal intencionadas antes que elas obtenham acesso a contas 

A empresa informou que também disponibiliza recursos de segurança para ajudar a proteger os usuários, além de caminhos para a recuperação de contas, que podem ser encontrados na “Central de Ajuda”.

SSP
Também questionada pela reportagem, a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) informou que uma das vítimas registrou boletim de ocorrência e que o caso foi encaminhado para o 2º DP de Santa Bárbara.

A pasta orienta que todas as vítimas registrem a ocorrência o quanto antes e ofereçam representação no prazo de seis meses, para que a investigação prossiga.

Publicidade