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Frio intenso

Frio ameaça pecuária e setor agrícola na região

Produtores se preparam para prevenir possíveis prejuízos causados pela frente fria que está na região e pode formar geadas

Por Maria Eduarda Gazzetta

29 de julho de 2021, às 08h49 • Última atualização em 29 de julho de 2021, às 11h46

A frente fria que atinge as cidades da região até o fim da semana ameaça os produtores de cana de açúcar, tomate e da pecuária. Isso porque a geada acompanhada das baixas temperaturas pode danificar plantações. De acordo com o Portal Climatempo, os termômetros podem chegar a 3°C em Americana amanhã.

O professor Fábio Ricardo Marin, do departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) explica ao LIBERAL que as plantações de cana que deverão em breve ser colhidas podem ser prejudicadas dependendo da temperatura registrada.

“As folhas das plantas podem ser atingidas, dependendo do grau da temperatura, mas isso não causa um prejuízo extremo. Quando acontece uma temperatura muito baixa, a planta morre e a usina precisa colher essa planta o mais rápido possível para não estragar no campo”, diz.

De acordo com ele, as usinas estão preparadas e monitorando as áreas onde devem ter registros de geadas na região.

Campos cobertos por formação de geada em Campinas nesta quinta-feira – Foto: Denny Cesare / Código 19 / Estadão Conteúdo

De acordo com levantamento da Esalq, foram contadas 66 geadas moderadas nos meses de julho, desde 1917, até 2020. São consideradas geadas moderadas quando as temperaturas chegam entre 1 e 3°C, como previsto para esta semana.

O engenheiro agrícola e produtor de cana de açúcar em Nova Odessa e Santa Bárbara, Erick Roberto Peterlevitz, afirma que já teve parte de sua plantação prejudicada na última geada, em 20 de julho.

“Agora a cana está começando a brotar. Se pegar só nas folhas, ela brota novamente, mas precisamos esperar para ver o que acontecer”. Segundo ele, que trabalha com o cultivo desde 2007, nunca houve uma geada tão forte que comprometesse a plantação como as registradas e a que está por vir.

A produção de tomate, que na região é predominante em Sumaré, também deve ser prejudicada com a frente fria. O produtor de tomate há 30 anos, Gerson César Stein, ressalta que está bastante apreensivo.

“Neste momento temos 106 mil mudas de tomate e estamos com medo, porque se vier este frio intenso e perigoso, vamos perder tudo”, concluiu.

Ele explicou que algumas manobras podem ser feitas para tentar diminuir o prejuízo, como fazer fumaça com serragem e fogo. Desta forma, o calor do solo permanece, evitando que o ar frio fique na plantação.

O professor da Esalq explicou que o setor de pecuária também está ameaçado. De acordo com ele, as pastagens são afetadas com as geadas e o produtor precisa suplementar a alimentação do gado.

“Desta forma, o produtor precisa pagar por isso e o bolso dele será prejudicado. Pode até ser que falte carne, mas a população será abastecida por produtores de outras regiões, ou seja, não vai faltar no supermercado”, finalizou.

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