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Educação

Fim do ano letivo próximo desmotiva volta presencial entre pais na região

Apesar de autorização para retorno de aulas nas escolas em Americana e Santa Bárbara, famílias preferem manter filhos em casa

Por Marina Zanaki

04 de outubro de 2020, às 07h44

As prefeituras de Americana e Santa Bárbara d’Oeste autorizaram o retorno das aulas presenciais na rede estadual e privada, mantendo as atividades remotas nas escolas municipais. Contudo, mesmo após a liberação, a proximidade com o fim do ano letivo desmotiva as famílias ao retorno presencial.

O comerciante Vinicius e os filhos, que continuarão estudando em casa – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

A pedagoga Rosangela Palmieri, de 36 anos, tem uma filha de 9 anos na rede privada de Santa Bárbara. Ela é contra o retorno das aulas presenciais em 2020.

“Praticamente o ano está se encerrando, o que vai agregar de conteúdo? O que deu para aprender nas aulas online aprendeu, o que não conseguiu, tenta recuperar ano que vem. Não tem necessidade de expor as crianças a essa altura do campeonato”, afirmou.

Ela disse que, como profissional da educação, entende que consegue adotar as medidas para evitar contaminação, mas que as crianças não têm maturidade para evitar o contato pessoal entre si.

A opinião é compartilhada pelo comerciante Vinicius Cruz Tonini, de 38 anos. Ele é pai de um menino de 7 anos e de uma menina de 10, ambos na rede privada de Americana.

Apesar de reconhecer as limitações do ensino remoto, ele se diz contra o retorno presencial este ano pela dificuldade em fazê-los cumprir medidas de segurança.

“Por causa de um mês de aula? É muito pouco tempo para correr um risco que não sabe o que vai acontecer. Pode ser que voltem e não tenha consequências tão graves, mas como é uma situação tão incerta, e se tratando de vida, é melhor não arriscar”, afirmou o comerciante.

A operadora de caixa Luciane Godoi de Barros, de 44 anos, acredita que os alunos não têm maturidade para evitar os contatos pessoais. A filha dela tem 13 anos e estuda na rede estadual de Americana.

“A gente sabe que o remoto não é a mesma coisa. Mas é preferível assim do que voltar, é preferível ter um filho vivo dentro de casa do que ir pra escola e se contaminar por causa de um ano letivo”, afirmou.

A empregada doméstica Lisiane Rodrigues, de 39 anos, por outro lado, espera que o retorno das aulas ocorra o quanto antes.

Ela está preocupada com o tempo que a filha de 12 anos está passando grudada ao celular, e também viu o rendimento da menina cair com o ensino remoto, inclusive com uma reprovação. A aluna está matriculada na rede estadual de Santa Bárbara.

“Orientando em casa e a escola tendo protocolo de higiene, não tem problema nenhum voltar para as aulas. Tudo já voltou, ou está voltando. Não aguento ver mais minha filha dentro de casa o tempo inteiro com o celular. Tento tirar ela da cama, levar em praça, dar uns serviços dentro de casa. Tem incomodado sim, é difícil tirar celular da criança. E vou dar o que pra ela fazer?”, disse Lisiane.

Um dos requisitos da Prefeitura de Americana para autorizar o retorno das aulas presenciais é a adesão de, pelo menos, 35% dos pais de cada escola. Na rede municipal, nenhuma escola atingiu esse percentual e a adesão ficou em torno de 20%.

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