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Temporais

Duas cidades da RPT têm estado de atenção após chuvas de domingo

Americana e Hortolândia tiveram mais de 80 milímetros de chuvas em 72 horas e registraram pontos de alagamento em várias ruas durante o último domingo

Por Leonardo Oliveira

13 de janeiro de 2020, às 17h34 • Última atualização em 14 de janeiro de 2020, às 11h12

A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu estado de atenção para duas cidades da RPT (Região do Polo Têxtil) após as chuvas registradas neste fim de semana. Americana e Hortolândia tiveram mais de 80 milímetros de chuva em um período de 72 horas, critério que define quando é decretado o estado de atenção. Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Nova Odessa estão em estado de observação.

Em Americana foram 83,6 mm de precipitações entre domingo (12) e segunda-feira (13), segundo maior volume de chuvas dos últimos quatro anos para um período de 24 horas – só choveu mais entre os dias 5 e 6 de janeiro do ano passado, quando houve 90mm de chuvas, segundo dados coletados pela estação meteorológica do Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas), instalada no Tiro de Guerra de Americana.

Foto: Sabrina Furlan / O Liberal
Campo do Torino, em Americana, ficou totalmente alagado após as chuvas de domingo

Cerca de dez pontos de alagamentos foram formados, deixando estragos na cidade. Não houve registro de feridos, mortos ou desabrigados. Carros ficaram submersos e houve três casos de motoristas que precisaram ser salvos por órgãos de segurança do município. O córrego do São Manoel transbordou e inundou as avenidas Antonio Pinto Duarte, São Gabriel e da Saúde, além da Rua Orlando Dei Santi, próximo à Rodoviária de Americana.

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As avenidas Afonso Schimidt, Rafael Vitta, Europa e Brasil também estão entre as vias onde houve transbordo, assim como ruas da Praia Azul e Praia dos Namorados. O tráfego também foi afetado na SP-304 (Rodovia Luiz de Queiroz) e na Rodovia Anhanguera (SP-330), onde a pista molhada causou um acidente entre uma carreta e dois automóveis.

Os problemas ocasionados pela cheia não podem ser atribuídos ao poder público, segundo a coordenadora da Defesa Civil, Marli Rodrigues Kiryama. Ela diz que as galerias pluviais passaram por limpeza recentemente, o que otimizou a capacidade de escoamento da água. “Eu percebo que as obras que vêm sendo feitas pela prefeitura estão sendo muito funcionais. Se estivéssemos ainda com galerias entupidas, hoje estaria tudo alagado e ninguém conseguiria usar a Avenida Bandeirantes”, disse ao LIBERAL.

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O maior volume de chuvas foi sentido entre 17h e 18h, quando caíram 57.7 milímetros de água em Americana. Marli diz que muitos motoristas insistem em sair de casa com a chuva “forte” e utilizam avenidas já conhecidas como pontos de alagamento.

Foto: Valéria Nascimento
Avenida da Saúde, em Americana, também teve alagamento no domingo

“Percebeu que está começando chuva forte, nessa época do ano não adianta, é água que desce. Se tiver compromisso, segure, que normalmente essa chuva não dura mais que 40 minutos. Se tiver de moto, procurar um abrigo, não passar perto de árvores e, principalmente, não passar nessas áreas inundadas. Hoje na nossa cidade existem placas de informações”, acrescenta.

 Hortolândia

Hortolândia foi a cidade da RPT com maior volume de chuvas neste domingo: 143,9 mm. A ponte entre o Jardim São Sebastião e o Jardim Interlagos ficou alagada durante a tarde, assim como a Avenida Santana, na região central.

Além disso, o telhado do Centro de Especialidades Médicas foi danificado. Com isso, a unidade médica foi fechada nesta segunda-feira para manutenção. Segundo a prefeitura, duas casas foram inundadas na Vila São Francisco e no Jardim Nova Hortolândia.

Ao LIBERAL, a administração argumentou que as ações de limpeza do Ribeirão Jacuba e obras de prevenção na região central fizeram com que ocorrências de maior gravidade não atingissem a cidade.

“Em comparação ao ano passado, quando registramos, nesta mesma época, um acumulado de aproximadamente 138 milímetros de chuva, as ocorrências deste ano foram de menor impacto”, explica o gerente da Defesa Civil, Iluíde Carbonero.

Santa Bárbara

Ruas do Jardim Conceição voltaram a ser tomadas pela água, às margens do Ribeirão dos Toledos. De acordo com a Defesa Civil, choveu 60,4 mm no início desta semana na cidade.

Foram 13 pontos de alagamentos: Rua Juscelino Kubitschek, Rua Iporanga, Rua Rocha Pompo, Rua Argentina, Rua Francisco Braga, Rua Indaiá, Rua Primo Scarazati, Rua Nazareno Voltane, Rua Benedito da Costa Machado, Rua Cláudio Manoel da Costa, Rua Haiti, Avenida Tiradentes e Avenida Corifeu de Azevedo Marques.

Choveu no domingo o esperado para três dias em Santa Bárbara, de acordo com a Defesa Civil da cidade. Não houve registro de desabrigados, desaparecidos, feridos e óbitos.

Nova Odessa

Três bairros tiveram alagamentos: Jardins Flórida, Fadel e São Jorge. A Defesa Civil afirma que choveu 61 mm no domingo. O nível do Ribeirão Quilombo está sendo monitorado a cada hora. Os alagamentos, contudo, não atingiram as casas.

Sumaré

A Defesa Civil apontou 28 mm de chuvas na cidade. Houve pontos de alagamento nos seguintes bairros: Jardim São Domingos, Jardim Brasilicata e Jardim Primavera, além da área verde no Três Pontes, onde a chuva invadiu casas e levou às famílias ao ponto de abrigamento da prefeitura por precaução.

“As chuvas torrenciais em Sumaré e região, infelizmente, ainda atingiram algumas famílias. Entretanto, por conta do trabalho de desassoreamento realizado pela Prefeitura – que teve início em 2017 e recebe reforço desde o fim do ano passado – foram registrados pontos de alagamento isolados na cidade sem causar grandes prejuízos à população como acontecia nas enchentes registradas no passado”, disse a prefeitura, em nota.

A cidade se mantém alerta e a Defesa Civil realiza o trabalho de monitoramento do Ribeirão Quilombo e seus afluentes, além da orientação às famílias que residem nas áreas mais críticas.

Chuvas como a de domingo acontecem uma vez por ano, diz meteorologista

Para o meteorologista do Cepagri (Cepagri/Unicamp (Centro de Pesquisas Meteorológicas Aplicadas à Agricultura da Universidade de Campinas), Bruno Kabke Bainy, o volume de chuvas registrado na região neste domingo é “bastante raro” e costuma ocorrer uma vez ao ano.

“A condição de instabilidade em que o estado de São Paulo se encontra favorece a formação de nuvens de chuva e tempestades e ontem tivemos uma situação de chuvas que se apresentou com um pico máximo, um grande volume de chuva em um intervalo de tempo relativamente pequeno, seguida de chuva leve/moderada que persistiu por algumas horas”, disse ao LIBERAL.

A condição de instabilidade segue durante toda a semana, afirma o meteorologista. São esperadas pancadas de chuva todos os dias, com a passagem de uma frente fria na região a partir desta quinta-feira. Quarta-feira (15) é o dia com menor probabilidade de chuva, diz Bruno

Com receber alertas da Defesa Civil 

Para receber os alertas emitidos pela Defesa Civil do Estado de São Paulo basta enviar uma mensagem pelo aplicativo de SMS do seu celular para o número 40199 com o CEP de interesse. O serviço é gratuito.

 

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