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Casamento

Dono do buffet Marcel Eventos some e noivos têm que organizar festa

Casal relata prejuízo de R$ 12 mil e sacrifícios para conseguir manter cerimônia, que só se concretizou com a ajuda de parentes e amigos

Por Leonardo Oliveira

04 de dezembro de 2019, às 10h09 • Última atualização em 04 de dezembro de 2019, às 18h24

A concretização de uma relação de mais de 15 anos em matrimônio quase se tornou pesadelo para o contramestre Lourival Silva, de 52 anos e a doméstica Sueli Silva, de 44, de Americana. O dono da empresa responsável pela organização do casamento, de Santa Bárbara d’Oeste, sumiu na semana da cerimônia e eles só se casaram no último sábado depois que tiveram ajuda de parentes e amigos.

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Cerca de R$ 12 mil foi o valor do contrato que o casal firmou no início do ano com a Marcel Eventos e Entretenimento, de propriedade de Fernando Marcel Cardoso. Chácara em Santa Bárbara, DJ, decoração, cerimonialista, tudo seria proporcionado pela empresa – 180 convidados já haviam confirmado presença.

O casal começou a suspeitar que algo estava errado na semana que antecedeu o casório. Os ensaios programados não foram realizados. Depois de uma reunião na terça-feira passada ficou acordado que os itens pendentes seriam resolvidos na quarta. Desde então Marcel não foi mais localizado, dizem as vítimas.

Foto: Reprodução
Famílias e amigos ajudaram com comida

A reportagem esteve no endereço de Marcel que consta no contrato, na tarde desta terça. O imóvel é alugado e a dona estava lá. Ela, que pediu para não ser identificada, disse que o rapaz saiu da casa e não havia dado satisfação até ontem. De acordo com a proprietária, Marcel não paga o aluguel há seis meses e deixou contas de energia elétrica em atraso, além da casa estar mal cuidada, com portas e janelas quebradas.

Um dos vizinhos contou que viu o empresário na residência pela última vez na sexta, e que mais de 50 pessoas procuraram pelo empresário no endereço entre sábado e domingo. A reportagem tentou contato com o rapaz por meio de dois contatos telefônicos, mas as ligações caíram na caixa de mensagem.

No dia do casamento, o primeiro empecilho veio logo pela manhã. De acordo com Lourival, os R$ 3 mil do aluguel da chácara onde seria a cerimônia não foram pagos. Apenas R$ 500 foram dados por Marcel ao proprietário do imóvel para garantir a reserva da data. “Mas o cara entendeu a situação e aceitou fazer por R$ 500 para pagar a manutenção”, disse.

Uma força-tarefa foi criada pelos convidados para viabilizarem a cerimônia. “A gente começou a correr atrás, aí apareceu na chácara churrasqueiro, DJ, cerimonialista, tudo para ajudar a gente. A gente conseguiu fazer a festa, foi muito bom”, acrescenta o contramestre.

Para manter a celebração mesmo em meio aos problemas, Lourival e a esposa gastaram mais R$ 10 mil só no dia do evento. Apesar do investido, muitos detalhes de decoração e opções de alimentação que foram planejados pelo casal não puderam ser concretizados.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

Agora, os recém-casados buscarão na Justiça reaver os prejuízos que tiveram. Depois de terem procurado delegacias na região, foram orientados a irem até um advogado para tomar as medidas cabíveis.

Outros casais

Uma lista de casais possui contrato para cerimônias futuras com a Marcel Eventos e Entretenimento. Um grupo de WhatsApp que foi criado pelos contratantes conta com 13 pessoas que temem passar pelos mesmos problemas de Lourival de Sueli.

Após quatro anos juntos, um autônomo de 23 anos e uma vendedora de 20, se casam no próximo sábado. Eles gastaram R$ 5,8 mil com os serviços de Marcel, mas já se preparam para um possível calote. Para isso, contrataram outro buffet por valor semelhante.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Casal de Nova Odessa assinou com empresa e se prepara para calote

“A gente começou investigar, fomos na casa dele, tudo trancada, eles tinham saído do grupo do casamento. As redes sociais ele apagou tudo, apagou os contatos. Não podemos parar. Isso vai ficar para Justiça. A gente não pode deixar nosso sonho ficar parado”, disse o autônomo, ao LIBERAL.

Alternativa semelhante foi adotada por um aplicador de serigrafia de 26 anos e uma desempregada de 29, de Nova Odessa, que se casam no próximo dia 14.

“Foi o ano inteiro de luta. No começo minha mulher estava desempregada e eu fazendo hora extra direto para poder pagar. Agora estou correndo para pagar a chácara e correr atrás de outro Buffet. O prejuízo será de R$ 10 mil porque para achar buffet de momento é caro”.

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