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Após Estudos

DER descarta alterar limites da SP-304

Órgão avaliou o comportamento de motoristas na Rodovia Luiz de Queiroz e não detectou necessidade de mudança; para especialista, seria preciso reduzir

Por Leonardo Oliveira

10 de novembro de 2019, às 08h33 • Última atualização em 10 de novembro de 2019, às 09h05

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) descartou semana passada alterar os limites de velocidade na região da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304). Um estudo realizado pelo órgão, que avaliou o comportamento dos motoristas, não constatou mudanças significativas no entorno da via que justificassem quaisquer alterações.

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Na RPT (Região do Polo Têxtil), a rodovia corta os municípios de Santa Bárbara d’Oeste, Americana e Nova Odessa. São 30 quilômetros de extensão desde a saída da Anhanguera até a entrada de Piracicaba, trecho que passou por análise pelo departamento.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Após estudos, ficou definido que a velocidade na rodovia não será alterada

Hoje o limite é de 90 km/h no perímetro urbano e 110 km/h no restante do trecho.

Em nota, o órgão afirmou que nos últimos anos já realizou alterações nos limites e que a via encontra-se “devidamente” sinalizada, com placas e pintura de solo que atendem aos termos estabelecidos no CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

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“A velocidade na SP 304, do km 125 ao km 138, entre Americana e Santa Bárbara d’Oeste, foi alterada de 110 km/h para 90 km/h há aproximadamente cinco anos. Na chegada ao município de Piracicaba, a velocidade da SP-304 também é reduzida para 80 km/h. Desta maneira, o DER não realizará neste momento novas alterações de velocidade na pista”, disse ao LIBERAL.

Fatores como número de acidentes e mortalidade na via e o processo de urbanização das cidades foram analisados nos últimos meses e levados em conta pelo DER na hora de definir a manutenção do limite de velocidade.

Em julho, o LIBERAL mostrou que a média mensal de vítimas fatais registrada nos seis primeiros meses deste ano em acidentes na SP-304 era a maior desde 2014 no trecho entre Americana e Piracicaba. Foram seis mortes de janeiro a junho, ou uma por mês (até setembro, foram oito mortes na via em Americana e Santa Bárbara). Estatística igual só é encontrada em 2014, quando 12 pessoas morreram em acidentes na rodovia durante todo aquele ano.

A marca semestral já era superior à registrada em 2017 inteiro, por exemplo – naquele ano, cinco ocorrências fatais foram identificadas. No ano passado, houve aumento, com nove óbitos, mesmo número de 2015. No total, foram 1.729 acidentes entre 2014 e junho de 2019, com 49 mortes, no trecho da rodovia que passa pela região.

O mestre em transportes Creso Peixoto, professor de Engenharia Civil da Unicamp, afirma que o limite de velocidade de uma rodovia é definido com base no nível de serviço, que é a relação entre a quantidade de veículos que passam em um determinado período com a capacidade da via. Ele entende que, por se tratar de uma rodovia muito próxima das cidades, a velocidade na SP-304 deveria ser diminuída.

“Tem nível de serviços mais alto e aí não compensa muito manter a velocidade mais alta porque não se ganha muito tempo e o risco de acidentes aumenta. Apesar de não ser área que deva ter pessoas andando de bicicleta e a pé, isso infelizmente acaba acontecendo, então do ponto de vista de bom senso, é interessante reduzir a velocidade máxima para 90km/h (em toda extensão)”, ressalta.

O estudo é periodicamente realizado pela área técnica do órgão em todas as rodovias do país e faz parte do monitoramento de tráfego que o DER realiza.

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